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Reino Unido dá a largada para as eleições parlamentares

30 de março de 2015

Disputa promete ser acirrada entre o Partido Conservador, do primeiro-ministro David Cameron, e o Trabalhista, de Ed Miliband. Sem maioria clara, formação de governo deverá passar por negociação com legendas menores.

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Ed Miliband und David Cameron
Adversário Ed Miliband (e) ao lado do atual primeiro-ministro David CameronFoto: Getty Images/M. Dunham

A dissolução do Parlamento britânico nesta segunda-feira (30/03) marcou o início desta que promete ser a corrida eleitoral mais apertada no Reino Unido das últimas décadas. Após visita protocolar à rainha Elizabeth 2ª, no Palácio de Buckingham, o primeiro-ministro David Cameron declarou que os eleitores estão diante de uma "dura escolha" no dia 7 de maio.

Cameron, líder da coalizão de seu Partido Conservador com os liberal-democratas desde 2010, destacou que estas serão as eleições gerais "mais importantes em uma geração". Ele pediu aos britânicos que mantenham o plano que "está dando segurança" ao Reino Unido.

"Ainda não resolvemos todos os problemas, mas o déficit está caindo, o país está voltando a ter emprego, estamos crescendo mais fortes", apelou aos eleitores. "Após cinco anos de esforço e sacrifício, o Reino Unido está de volta nos trilhos". Ele continua no cargo de primeiro-ministro pelo menos até o fim das eleições.

Cameron enfrentará nas urnas Ed Miliband, do Partido Trabalhista. O adversário do atual premiê lançou um manifesto nesta segunda-feira no qual ele se compromete "firmemente" a seguir com reformas na União Europeia, descartando uma saída do Reino Unido do bloco.

"O maior risco para os negócios britânicos é uma saída da UE", afirmou Miliband. "Temos que criar mais e melhores empregos, e isso significa apoiar os negócios".

Entre as plataformas de campanha de Cameron estão a renegociação da permanência do Reino Unido na União Europeia e a realização de um referendo em 2017 sobre o tema – uma tentativa de acomodar a ala eurocética de sua coalizão e, ao mesmo tempo, neutralizar as ameaças dos direitistas do Partido de Independência do Reino Unido (Ukip).

Negociação para maioria

As últimas pesquisas de opinião apontam resultados distintos e não conseguem apontar nenhum partido com maioria entre os eleitores britânicos. Alguns levantamentos indicam 36% para os trabalhistas e 32% para os conservadores. Nesta segunda-feira, no entanto, uma pesquisa trouxe o partido de Cameron na frente do Trabalhista, com cifras exatamente iguais aos anteriores: 36% a 32%. Sem alcançar maioria, eles terão que se unir a algum partido menor para obter mais da metade dos 650 assentos da Câmara dos Comuns.

"A era do governo de partido único na política britânica acabou", afirmou o vice-primeiro-ministro Nick Clegg, líder liberal-democrata.

Com isso, legendas menores como o Ukip, o Partido Verde, o Partido Nacional Escocês (SNP) deverão desempenhar um papel importante na formação do novo governo. Nigel Farage, líder do Ukip, prometeu a seus eleitores maiores investimentos em serviços de saúde e reforço no controle da fronteira contra a imigração ilegal. Ele ainda voltou a reforçar uma das principais bandeiras da legenda: a saída do Reino Unido da EU.

Os liberal-democratas, atualmente com 57 membros do parlamento, poderão perder até metade das cadeiras, segundo prognósticos. Já o SNP, liderado por Nicola Sturgeon, deve registrar importante avanço na Escócia e sinalizou que poderá se aliar aos trabalhistas.

Estratégia americana

Diante de um resultado tão apertado, os dois maiores partidos apostaram na contratação de estrategistas que trabalham nas duas campanhas exitosas do presidente americano, Barack Obama. Miliband contratou David Axelrod, a mente por trás do "Sim, nós podemos!" (Yes, we can!), slogan de 2008.

Já Cameron terá a seu lado Jim Messina, que conduziu o marketing da campanha de Obama à reeleição, em 2012.

MSB/dpa/ap/afp/rtr