Reações a política de imigração antecipam corrida à Casa Branca
21 de novembro de 2014Pouco depois de o presidente americano, Barack Obama, anunciar sua reforma na política de imigração, na noite desta quinta-feira (20/11), democratas e republicanos com intenção de se candidatarem em 2016 vieram a público falar sobre o tema, que deve marcar a próxima campanha presidencial.
Hillary Clinton, que perdeu para Obama a indicação democrata em 2008 e provavelmente vai entrar na briga mais uma vez para ser a candidata do partido em 2016, deu uma declaração de apoio ao presidente.
Clinton culpou a Câmara dos Representantes, de maioria republicana, por não assumir seu papel na política de imigração. "Ao abdicar das suas responsabilidades, a Câmara dos Representantes abriu caminho para esta ação executiva, seguindo os precedentes de presidentes de ambos os partidos há várias décadas", sublinhou a política, num comunicado intitulado Apoio à decisão do presidente.
A nota de Clinton foi divulgada imediatamente após Obama anunciar, em discurso transmitido pela televisão, que assinou um conjunto de medidas para possibilitar a regularização de cerca de 5 milhões de imigrantes ilegais. A ação, realizada por decreto e sem consulta ao Congresso americano, é a mais importante desde as mudanças na lei de imigração promovidas pelo presidente republicano Ronald Reagan, em 1986.
A declaração de Clinton foi um passo incomum para ela, que vinha se abstendo de comentar questões políticas desde que deixou o cargo de secretária de Estado do governo Obama, em 2013.
Potenciais candidatos republicanos
Jeb Bush, ex-governador da Flórida por dois mandatos e também considerado futuro candidato na corrida presidencial, disse que o plano de Obama "mina" esforços em torno de reformas legislativas permanentes.
"É hora de os líderes republicanos no Congresso agirem. Precisamos mostrar aos americanos que somos o partido que vai enfrentar sérios desafios e construir um consenso amplo para alcançar reformas significativas para os nossos cidadãos e nosso futuro", disse Bush, filho e irmão de dois ex-presidentes.
Mesmo antes de Obama anunciar seu plano de reformas do sistema imigratório, governadores republicanos debateram em uma conferência na Flórida sobre a melhor forma de reagir, mirando nas eleições de 2016.
Vários potenciais candidatos do partido, como o governador de Ohio, John Kasich, de Nova Jersey, Chris Christie, e de Wisconsin, Scott Walker, advertiram os republicanos do Congresso sobre riscos de promover um bloqueio contra o governo dos Estados Unidos em resposta às ações de Obama.
No ano passado, os republicanos foram acusados de provocar um blecaute no governo por causa de questões orçamentárias, o que acabou desgastando a imagem do partido. Agora eles procuram maneiras de negar financiamento aos planos de imigração, sem ter que provocar uma crise orçamentária no final do ano.
MD/lusa/rtr/afp