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Quem é o suspeito pelo atentado de Berlim?

21 de dezembro de 2016

Polícia alemã procura pelo tunisiano Anis Amri, de 24 anos, com base em documento achado na cabine do caminhão usado no atentado a uma feira de Natal na capital alemã.

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Cartaz de procura-se divulgado pela polícia europeiaFoto: picture-alliance/AP Photo/Police Handout

A polícia alemã está em busca do tunisiano Anis Amri, o suspeito de ter avançado com um caminhão contra uma feira natalina em Berlim, nesta segunda-feira (19/12). O atentado matou ao menos 12 pessoas e deixou outras 48 feridas.

De acordo com informações divulgadas nesta quarta-feira (21/12) pelo site Spiegel Online, os investigadores chegaram ao nome de Anis Amri porque ele deixou um documento caído embaixo do banco do motorista do veículo usado no atentado. Outros sites dizem que o documento estava no assoalho da cabine.

Segundo o jornal Süddeutsche Zeitung e as emissoras WDR e NDR, Anis Amri é um jovem de 23 anos, nascido na cidade de Tataouine, na Tunísia, que chegou à Europa em 2012, pela Itália, e entrou na Alemanha em julho de 2015. Mais tarde, as autoridades alemãs disseram que ele nasceu em 1992 e tem 24 anos.

O documento encontrado na cabine do caminhão foi emitido na região da cidade alemã de Kleve, segundo o Süddeutsche Zeitung. Kleve fica perto da fronteira com a Holanda. Anis Amri estava registrado num abrigo de refugiados em Emmerich, uma cidade da região.

O Süddeutsche Zeitung afirmou que Amri pediu refúgio em abril de 2016. O pedido foi rejeitado – o que explica o fato de o documento encontrado no caminhão ser um atestado de "tolerado" e não um visto de permanência.

O secretário do Interior da Renânia do Norte-Vestfália, Ralf Jäger, confirmou informações divulgadas pela imprensa de que Amri já deveria ter sido deportado, mas que o procedimento não foi concluído porque ele não tinha documentos de identidade consigo que provassem que ele era tunisiano. A Tunísia inicialmente negou que Amri fosse tunisiano, disse Jäger, e os papéis que provam a nacionalidade dele chegaram à Alemanha dois dias depois do atentado. Amri chegou à Alemanha em julho de 2015 e foi registrado em Freiburg. Ele teve seu pedido de refúgio negado em junho de 2016 e, como não pôde ser deportado, tornou-se "tolerado".

Desde fevereiro, Amri vivia principalmente em Berlim e, antes do atentado desta segunda-feira, ele já estava no radar da polícia alemã. Ele está numa lista de 549 pessoas consideradas perigosas pelas autoridades. Essas pessoas são frequentemente controladas.

As autoridades já suspeitavam da ligação dele com o "Estado Islâmico", o grupo terrorista que reivindicou a autoria do ataque. Mas Amri, apesar de estar registrado num abrigo de refugiados em Emmerich, trocou várias vezes de cidade e usava documentos de identidade falsos. Ele usava quatro nomes e declarava outras nacionalidades, por exemplo Ahmad Z. ou Mohamed H, do Egito. O documento encontrado na cabine do caminhão estava num nome falso.

Ainda de acordo com a imprensa alemã, desde que chegou à Alemanha, Amri concentrou-se em cidades do estado da Renânia do Norte-Vestfália e em Berlim. O Süddeutsche Zeitung afirmou que ele chegou a ser detido em Friedrichshafen, em agosto de 2016, com uma identidade italiana falsa e depois liberado.

Segundo as investigações, ele tinha ligações com pessoas próximas ao "Estado Islâmico". Uma delas é Abu Walaa, um clérigo iraquiano preso em novembro e considerado pelas autoridades o "número 1 do 'Estado Islâmico' na Alemanha".

De acordo com o programa Report München, Amri também esteve em contato com dois membros do "Estado Islâmico" ligados aos jovens responsáveis pelo atentado terrorista ao templo sikh em Essen, no oeste da Alemanha, em abril de 2016

Segundo o Spiegel Online, as autoridades alemãs classificam Amri como uma pessoa perigosa e acreditam que ele possa voltar a cometer atos contra a população.

Como Amri teria lutado com o motorista do caminhão antes de conseguir assumir o controle do veículo, acredita-se que ele estava ferido quando fugiu do local do atentado. Por isso, inicialmente a polícia alemã concentrou as buscas em hospitais de Berlim e Brandemburgo.

NT/ots