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"Putin fracassará e Europa prevalecerá", diz chefe da UE

14 de setembro de 2022

Em discurso no Parlamento Europeu, Ursula von der Leyen reforçou apoio a Kiev e anunciou planos no setor de energia. Vestindo as cores da bandeira da Ucrânia, ela teve como convidada de honra a primeira-dama ucraniana.

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Van der Leyen vestindo as cores da bandeira da Ucrânia
Van der Leyen disse que os preços do gás aumentaram mais de 10 vezes em comparação com antes da pandemiaFoto: Jean-Francois Badias/AP Photo/picture alliance

A Comissão Europeia divulgou nesta quarta-feira (14/09) uma série de propostas para conter o aumento do preço da energia que atinge a Europa desde a invasão da Ucrânia pela Rússia e enfatizou que a solidariedade do bloco a Kiev é "inabalável".

Com a primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, como convidada de honra em seu discurso anual sobre o estado da união, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que as sanções à Rússia estão tendo um impacto real e vieram para ficar.

"Nunca antes este Parlamento debateu o estado de nossa União com uma guerra em solo europeu", disse ao Parlamento Europeu em Estrasburgo, na França, vestindo azul e amarelo - as cores das bandeiras da Ucrânia e da União Europeia.

"E estou aqui com a convicção de que, com coragem e solidariedade, Putin fracassará e a Europa prevalecerá", disse. "A solidariedade da Europa com a Ucrânia permanecerá inabalável", acrescentou.

Von der Leyen, cujas propostas para ajudar famílias e empresas europeias incluem um limite de lucros de empresas de energia e a imposição de cortes no uso de eletricidade em todo o bloco, disse que a UE também está trabalhando para proteger famílias e empresas.

"Sustentar as despesas está se tornando uma fonte de ansiedade para milhões de empresas e famílias", disse ela, propondo medidas para limitar as receitas de produtores de eletricidade de baixo custo e forçar as empresas de combustíveis fósseis a compartilhar os lucros que obtêm com os preços crescentes da energia.

"Nestes tempos, é errado receber receitas extraordinárias e lucros recordes beneficiando-se da guerra e nas costas de nossos consumidores. Nestes tempos, os lucros devem ser compartilhados e canalizados para aqueles que mais precisam", destacou.

Olena Selensk, Roberta Metsola e Urusla von der Leyen posam para foto
Von der Leyen (D) ao lado da primeira-dama da Ucrânia, Olena Selenska (E), e da presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola Foto: Yves Herman/REUTERS

Sanções estão surtindo efeito, diz Von der Layen

Enquanto alguns na Europa – usando como argumento o enorme aumento nos preços da energia – afirmam que as sanções do bloco contra a Rússia estão atingindo mais o Ocidente do que Moscou, Von der Leyen defende que as sanções estão, sim, prejudicando a Rússia.

"O setor financeiro da Rússia está em suporte de vida", disse ela, acrescentando que quase mil empresas internacionais deixaram o país. "Os militares russos estão pegando chips de lava-louças e geladeiras para consertar seus equipamentos militares, porque ficaram sem semicondutores. A indústria russa está em frangalhos".

No momento em que a Ucrânia trabalha para garantir a permanência do território que recuperou da ocupação das forças russas em uma rápida e impressionante contraofensiva, Von der Leyen disse que não é hora de o bloco suavizar sua postura.

"Esta é a hora de mostrarmos determinação, não apaziguamento", disse. "Estamos nisso a longo prazo."

Ela disse que a Europa se diversificou da energia russa, mas Moscou ainda está "manipulando ativamente" o mercado, e os preços do gás aumentaram mais de 10 vezes em comparação com antes da pandemia de covid-19.

le (Reuters, ots)