Presidente do Irã convoca muçulmanos a se unirem contra EUA
24 de novembro de 2018O presidente do Irã, Hassan Rohani, pediu neste sábado (24/11) que muçulmanos mundo afora se unam contra os Estados Unidos em vez de "estender tapetes vermelhos para criminosos”.
Em maio deste ano, o presidente americano, Donald Trump, retirou os EUA do acordo nuclear fechado entre o Irã e potências internacionais em 2015 e reimpôs sanções contra a república islâmica.
"O que os Estados Unidos querem hoje [do Oriente Médio] é escravidão”, disse Rohani durante discurso numa conferência internacional sobre unidade islâmica em Teerã, transmitido ao vivo na televisão estatal. "Submeter-se ao Ocidente comandado pelos EUA seria uma traição contra a nossa religião e contra as gerações futuras desta região.”
"Temos a escolha de ou estendermos tapetes vermelhos para criminosos ou nos opormos fortemente à injustiça e permanecermos fiéis ao nosso profeta, ao nosso Alcorão e ao nosso islã”, disse o presidente, numa aparente referência à Arábia Saudita e a outros Estados do Golfo que mantêm relações estreitas com Washington.
O Irã, de orientação xiita, e a Arábia Saudita, de orientação sunita, são rivais no Oriente Médio, tendo apoiado lados opostos nos conflitos na Síria e no Iêmen, assim como diferentes facções no Iraque e no Líbano. A Arábia Saudita acusa o Irã de fomentar instabilidade entre xiitas no Golfo Árabe.
Rohani classificou os sauditas de "irmãos” que não têm motivo para temer Teerã e pediu que Riad acabe com sua dependência da "insultante” ajuda militar americana.
"Estamos dispostos a defender os interesses do povo saudita contra terrorismo, agressão e contra as superpotências. E não pedimos 450 bilhões de dólares para fazer isso”, disse, em referência a contratos entre a Arábia Saudita e os EUA.
Riad rompeu seus laços diplomáticos com Teerã em janeiro de 2016, após manifestantes invadirem representações diplomáticas sauditas no Irã devido à execução de um proeminente clérigo xiita.
Rohani também afirmou que os governos muçulmanos deveriam se unir contra Israel, o "o tumor cancerígeno da região”.
LPF/rtr/afp
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