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Presidente da Alemanha assegura apoio de seu país a Lula

31 de dezembro de 2022

Ao embarcar rumo à cerimônia de posse presidencial no Brasil, Frank-Walter Steinmeier diz que sua viagem marca o reinício da relação entre Berlim e Brasília.

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Frank-Walter Steinmeier na porta de avião do governo alemão
Steinmeier durante embarque rumo ao BrasilFoto: Jens Büttner/dpa/picture alliance

Antes de embarcar para o Brasil neste sábado (31/12), onde comparece à posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, prometeu o apoio da Alemanha ao novo governo brasileiro, afirmando que seu país está pronto para reconstruir laços com o governo brasileiro e dar ao novo presidente "o melhor apoio possível em seus ambiciosos planos de proteger a floresta tropical".

"Minha visita visa dar um impulso para o reinício das relações bilaterais entre nossos países", disse Steinmeier em Berlim. A viagem, segundo ele, servirá para impulsionar "nosso objetivo comum de proteger do desmatamento a Floresta Amazônica, o pulmão verde do nosso mundo".

Ao mesmo tempo, Steinmeier fez um apelo à comunidade internacional: "Não é apenas o Brasil que tem essa responsabilidade, todos nós temos a responsabilidade de proteger o clima e nosso meio ambiente e preservar a biodiversidade em nosso planeta."

Ele afirmou também que está satisfeito "que o governo alemão esteja disposto a apoiar financeiramente o Brasil nesta tarefa de enorme importância".

Reativar alianças

Steinmeier disse querer, com sua visita ao Brasil, sinalizar que a Alemanha considera o Brasil um importante parceiro estratégico – política e economicamente.

O objetivo é, segundo o chefe de Estado alemão, reativar antigas e criar novas alianças. Steinmeier disse também estar feliz em poder parabenizar pessoalmente Lula durante sua posse.

Antes da partida, o presidente alemão expressou suas condolências aos brasileiros pela morte de Pelé.

"Pelé inspirou milhões de pessoas, não só no mundo do futebol e já conquistou três vezes a Copa do Mundo com a seleção. O Brasil se despede de um grande filho do país."

A viagem de Steinmeier ao Brasil deve durar três dias. No dia seguinte à posse, o presidente alemão vai viajar a Manaus acompanhado da ministra alemã do Meio Ambiente, Steffi Lemke.

Apesar de, como chefe de Estado, o presidente possuir atribuições executivas, seu papel é quase apenas simbólico. A Lei Fundamental (Grundgesetz) da Alemanha lhe garante a competência de assinar acordos e tratados internacionais, mas a política externa cabe ao governo, chefiado pelo chanceler federal.

Outros encontros

Em 31 de outubro, Steinmeier parabenizou publicamente Lula pela vitória na eleição presidencial brasileira. No mesmo dia, o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, que assim como Steinmeier é filiado ao Partido Social-Democrata alemão (SPD), também parabenizou o brasileiro.

A participação na posse não será o primeiro encontro entre Lula e Steinmeier. Os dois já se encontraram em outras ocasiões, como numa viagem de Steinmeier ao Brasil em 2006, quando o alemão ocupava o cargo de ministro das Relações Exteriores do governo do ex-chanceler federal Gehrard Schröder.

Em 2012, quando Lula já havia deixado a presidência e Steinmeier era líder da oposição  ao governo Angela Merkel, os dois participaram em Berlim de um debate promovido pela Fundação Friedrich Ebert, entidade ligada ao SPD, a sigla do atual presidente alemão.

Em 2015, quando Steinmeier havia voltado a ocupar o posto de ministro, eles se encontraram novamente, desta vez no Brasil.

O PT e SPD mantêm laços há décadas e Lula manteve relações amistosas com figuras históricas da legenda alemã como Willy Brandt, Gerhard Schröder, Johannes Rau e Helmut Schmidt

md (AFP, DPA)