Arquivos sobre óvnis
14 de outubro de 2009Em 4 de agosto de 1990, um objeto voador não identificado foi visto pairando no ar à luz do dia, próximo à cidade de Pittochry, na Escócia. Testemunhas afirmaram que o objeto em forma de diamante ficou parado no ar por cerca de dez minutos, enquanto dois aviões militares faziam uma série de voos rasantes próximo a ele.
Três semanas depois, em 24 de agosto, centenas de turistas e residentes das proximidades observaram formações de esferas luminosas no céu por mais de 30 minutos perto da cidade alemã de Greifswald, localizada na costa do Mar Báltico.
Em novembro daquele ano, um objeto triangular que teria passado pela cidade de Saint-Germain, na região francesa de Champanha-Ardenas, foi visto por diversas testemunhas. O objeto, que teria se movido lentamente em altitude baixa, teria emitido raios de luz em direção ao solo antes de partir aceleradamente.
Todos os três episódios têm muitas características comuns, principalmente o fato de não terem sido esclarecidos até hoje. O episódio em Greifswald é o que está ainda mais obscuro. Isso porque os documentos oficiais sobre os casos de Pittochry e Saint-Germain foram colocados à disposição do público pelos governos francês e britânico, após os dois países terem decidido liberar seus arquivos sobre óvnis.
Observações e registros
Os governos do Reino Unido e da França estão entre os poucos na Europa que liberaram seus registros sobre óvnis, antes secretos. Especialistas acreditam que, apesar de fazerem parte de uma minoria de países que liberaram seus arquivos, eles não são os únicos onde foram observados objetos voadores não identificados.
Nick Pope, antigo investigador do Ministério britânico da Defesa na área de registros e observações de óvnis e especialista no assunto, afirmou à Deutsche Welle que "o governo francês liberou seus arquivos sobre óvnis por meio de sua agência espacial em 2007". E que através do Freedom of Information Act (lei de liberdade de informação), o Reino Unido está em meio a um programa de liberação de registros, o qual deverá durar de três a quatro anos, enquanto noruegueses, dinamarqueses e também italianos já revelaram alguns arquivos.
Para Pope, "óvnis são um fenômeno global, existem avistamentos inquestionáveis por todo o mundo, assim óvnis foram observados certamente em todos os países europeus".
A Alemanha está entre os muitos países que não liberaram seus arquivos. De fato, o governo alemão se recusa até a admitir a posse de tais registros, apesar de organizações independentes registrarem, em média, de 50 a 100 avistamentos anuais nos céus da Alemanha.
Silêncio alemão
"A Alemanha registra um alto nível de avistamentos de óvnis", disse Robert Fleischer, coordenador de uma iniciativa alemã que estuda assuntos relacionados à vida extraterrestre.
Fleischer afirmou à Deutsche Welle que, desde 1974, foram constatados mais de 500 assim chamados casos "reais" de óvnis – registros de avistamentos que, após uma avaliação cuidadosa por especialistas, não são relacionados a nenhuma informação convencional.
"No entanto, nunca houve um reconhecimento oficial por parte do governo alemão em relação a óvnis ou suas atividades", afirmou Fleischer, acrescentando que "se os alemães estivessem dispostos a liberar quaisquer arquivos relacionados a óvnis, tudo o que iríamos descobrir é que eles teriam repassado todas as informações para os norte-americanos".
A maioria dos casos de objetos voadores não identificados registrados sobre a Alemanha somente ficaram conhecidos quando os EUA liberaram seus arquivos. A falta de pesquisa sobre óvnis na Alemanha se deve, possivelmente, ao fato de "os EUA terem assumido esse papel após a Segunda Guerra Mundial, ainda que os alemães nunca tenham oficialmente reconhecido esse fato ou mostrado interesse em óvnis", disse Fleischer.
Governos europeus
"O que esses arquivos não revelam é, na maioria das vezes, mais importante do que o revelado", afirmou Nick Pope. "O que eles não dizem é que temos provas de que se trata de coisas extraterrestres. O que eles não revelam é que os governos europeus receberam informações consistents sobre tais episódios, algumas vezes por testemunhas confiáveis, como policiais e pilotos."
A maioria dos avistamentos acabou tendo uma explicação plausível, como erros de todo o tipo na identificação de fenômenos aeronáuticos e astronômicos, mas a maioria dos governos europeus que conduziram investigações constatou que cerca de 5% dos casos não têm explicação, acresceu Pope.
Pope e Fleischer acreditam que essas primeiras revelações europeias possam pressionar governos de países-membros da União Europeia (UE) a abrir seus arquivos. Ambos os especialistas estão de acordo que as revelações feitas por países propensos a divulgar informações podem contribuir para o desenvolvimento da pesquisa sobre um fenômeno que acreditam ser de interesse de todas as nações.
Autor: Nick Amies (ca)
Revisão: Roselaine Wandscheer