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Tratamento igualitário

3 de abril de 2009

Desde 2006 vigora na Alemanha a Lei de Tratamento Igualitário, que proíbe a discriminação. Um recente estudo revela que os alemães rejeitam a discriminação, mas não em igual proporção para todos os grupos afetados.

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A maioria dos alemães rejeita a discriminaçãoFoto: dpa

De modo geral, quase todos concordam: discriminação é injustiça. Isso é o que revela um estudo sobre discriminação e política antidiscriminação realizado pelo instituto de pesquisa Sinus Sociovision.

Na Alemanha, nota-se uma forte rejeição ao tratamento não igualitário, confirma Bodo Flaig, diretor do instituto. Os alemães se sentem comprometidos com "o ideal de bem-estar e justiça material para todos". Além disso, 68% dos entrevistados acreditam que o tratamento igualitário em tempos de globalização representa uma "importante vantagem na competitividade".

Desconfiança em relação à política

O combate à discriminação é visto como uma responsabilidade da política, da economia, das escolas e pré-escolas. Mas isso muda de figura quando se trata de medidas políticas concretas. Um exemplo é a Lei de Tratamento Igualitário, rejeitada por grande parte da população.

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Idosos são aceitos como merecedores de proteçãoFoto: dpa

Esta é uma contradição que Flaig não consegue destrinçar. "Ocasionalmente, dá a impressão de que a verdadeira fatalidade foi o fato de a política oficial ter se encarregado disso", constata.

Supérflua, burocrática demais e ineficiente – esses são os principais argumentos contrários à legislação contra a discriminação. Sobretudo nos meios conservadores e na classe média burguesa a lei sofre forte rejeição.

Pessoas com formação avançada e em boa posição social também são céticas em relação à lei. Elas não acreditam que a política possa influenciar de modo decisivo o posicionamento dentro da sociedade.

Só os meios urbanos jovens é que encaram a política antidiscriminação como algo normal em uma sociedade democrática. As classes mais baixas, por sua vez, são em grande parte indiferentes. "A conclusão que tiramos disso é que precisamos utilizar esse estudo para poder comunicar melhor a nossa política", declarou Martina Köppen, diretora da Agência Federal Antidiscriminação.

Privilégios indevidos

Uma grande parte dos entrevistados acredita até que a Lei de Tratamento Igualitário concede privilégios indevidos a determinados grupos. Por mais que os alemães rejeitem a discriminação em geral, nem sempre uma discriminação é igual à outra.

Portadores de deficiência, mulheres e idosos, por exemplo, são vistos como injustamente discriminados. As leis que oferecem uma proteção especial a esses grupos contam com ampla aceitação. O mesmo se aplica a grupos próximos do próprio ambiente de vida dos entrevistados.

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Homossexuais e migrantes são considerados menos dignos de proteçãoFoto: picture-alliance/ dpa

Quem enfrenta dificuldade são todos aqueles considerados "distantes" por uma grande parte da população, explica Flaig, "como imigrantes de outra cor de pele, pessoas de outras confissões, homossexuais". Para a população, um dos pontos críticos da lei de tratamento igualitário é o que os políticos chamam de "abordagem horizontal", ou seja, o fato de a lei proteger todos os grupos discriminados na mesma medida.

Autor: Mathias Bölinger

Revisão: Rodrigo Rimon Abdelmalack