Políticos internacionais dão último adeus a Helmut Schmidt
23 de novembro de 2015Em Hamburgo, políticos do primeiro escalão da Alemanha e dezenas de convidados prestaram nesta segunda-feira (23/11) sua última homenagem ao ex-chanceler federal da Alemanha Helmut Schmidt, morto há duas semanas.
A cerimônia na igreja Sankt Michaelis contou com a presença do presidente Joachim Gauck, da chanceler federal Angela Merkel e do presidente do Bundestag (câmara baixa do Parlamento), Norbert Lammert, entre outros. "Helmut Schmidt fará falta a todos nós", disse Merkel, acrescentado que o ex-chanceler foi uma "instância" acima de partidos e gerações.
O ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger fez um discurso em homenagem a Schmidt, seu "amigo especial"que conhecia há 60 anos. Como "uma espécie de consciência do mundo", ele personificou coragem e visões que jamais reivindicou para si.
"No aniversário de 90 anos de Helmut, expressei a esperança que ele vivesse mais do que eu, porque o mundo sem ele seria muito, muito vazio. Eu me enganei. Helmut permanecerá entre nós. Perfeccionista, temperamental, sempre à procura, inspirador, sempre confiável, assim ele nos acompanhará pelo resto das nossas vidas", declarou Kissinger.
Entre os políticos estrangeiros estavam presentes também o ex-presidente francês Valéry Giscard d'Estaing e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. O final da cerimônia foi marcado por honras militares. Soldados levaram o caixão do político social-democrata ao carro fúnebre que atravessou Hamburgo até o cemitério Ohlsdorf.
Presença constante na política alemã
O ex-chefe de governo morreu em 10 de novembro, aos 96 anos, em sua residência em Hamburgo. No início de setembro, ele havia sido submetido a uma operação devido a um coágulo sanguíneo na perna. Depois de duas semanas, deixou o hospital, mas contraiu uma infecção, morrendo poucos dias depois.
Schmidt foi chanceler federal de 1974 a 1982, dando continuidade ao governo da coalizão entre Partido Social-Democrata (SPD) e Partido Liberal Democrático (FDP), iniciada em 1967 com o chefe de governo Willy Brandt.
Entre os principais desafios enfrentados por Schmidt durante seu governo estão a crise do petróleo e a consequente recessão internacional, assim como o terrorismo da Facção do Exército Vermelho (RAF). Este culminou com os sequestros do empresário alemão Hanns-Martin Schleyer e de um avião da Lufthansa na capital somali, Mogadíscio, em outubro de 1977.
Nascido em 23 de dezembro de 1918 em Hamburgo, Schmidt permaneceu até 1987 no Bundestag. Em 1983, assumiu o cargo de editor do jornal alemão Die Zeite passou a publicar artigos e livros. Com o passar dos anos, tornou-se uma das vozes mais ouvidas e respeitadas da sociedade alemã.
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