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Passagens mais baratas para atrair clientes

(ma/ms)31 de julho de 2005

Empresas de transporte aéreo e ferroviário estão fazendo ofertas para atrair clientes. Em tempos de crise, tal estratégia tem surtido efeito positivo na Alemanha. Até os supermercados participam do esquema de vendas.

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Idéia que deu certoFoto: AP

Atualmente a regra é economizar. Em tempos de crise, não se pode sair gastando sem comparar preços ou analisar a real necessidade de um artigo. Neste contexto, uma viagem pode ser considerada um luxo, já que o dinheiro investido não gera lucro, mas lazer.

Flughafen Passagiere in Frankfurt
Passageiros no check in da LufthansaFoto: AP

Empresas aéreas tradicionais e a companhia ferroviária Deutsche Bahn perceberam que é chegada a hora de atrair clientes. Para isto, a melhor medida é baixar os preços com ofertas atrativas. O resultado tem sido tão positivo que até a companhia aérea Lufthansa, líder no mercado, resolveu aderir ao esquema. Ela colocou à disposição 900 mil passagens para qualquer lugar da Alemanha por 99 euros, ida e volta.

Venda em pontos populares

Antes dela, a DBA, terceira maior companhia aérea na Alemanha, introduziu no começo da semana a oferta de passagens de ida para qualquer destino dentro do país pelo preço de 49,99 euros. E, para adquiri-la, não é preciso ir até uma agência. As redes de supermercados populares Aldi e Norma vendem os bilhetes que podem ser marcados posteriormente via internet.

A DBA faz inclusive ofertas para algumas cidades européias. De Colônia para Florença, na Itália, a passagem ida e volta custa cerca de 150 euros, com valor das taxas incluído. Para alguns destinos, como Atenas, já não há mais passagens disponíveis.

As passagens de oferta da Lufthansa ainda não chegaram aos caixas dos supermercados, mas podem ser adquiridas via internet, nos terminais eletrônicos da companhia, em aeroportos e também através de ligação telefônica. Tudo para facilitar a vida do passageiro.

Flugzeug Air Berlin
Avião da Air BerlinFoto: dpa - Fotoreport

Já a segunda maior companhia de aviação da Alemanha, Air Berlim, começou ainda mais cedo com a oferta de passagens baratas. Em junho, colocou à venda no supermercado Penny bilhetes por apenas 29 euros. Vendeu todos.

Compro se for barato

A Deutsche Bahn passou por uma experiência similar. A empresa ferroviária vendeu em apenas poucas horas um milhão de passagens de trem ida e volta para qualquer destino da Alemanha por 50 euros, na rede de supermercados Lidl. As pessoas fizeram fila na porta das filiais e muitas ficaram indignadas por não conseguirem comprar o bilhete.

Bahntickets bei Lidl
Fila no Lidl para a compra de passagem de tremFoto: dpa - Bildfunk

Seria esta a prova de que a população está disposta a gastar, desde que o preço seja bem em conta? Para as empresas de transporte, o volume de passageiros e a garantia de bilhetes vendidos é importante para garantir lucros. Além das ofertas fantásticas, quase todas oferecem preços diferenciados para quem, por exemplo, comprar uma passagem com bastante antecipação ou viajar em grupo.

A escolha de supermercados barateiros também tem seu propósito. Tal alternativa incute no público a idéia de que os bilhetes são realmente baratos e que vale a pena serem adquiridos, assim como a promoção do dia de tomates, leite ou queijo.

Zelo pela imagem e meio ambiente

Lufthansa stellt First-Class-Terminal vor
Passageiros de primeira classe da LufthansaFoto: dpa

Especialistas advertem, entretanto, do impacto negativo que isto pode provocar na imagem de companhias de renome como a Lufthansa. Uma clientela menos seletiva pode acabar afugentando passageiros tradicionais.

A Stiftung Warenstest, fundação alemã que se encarrega de examinar a qualidade dos produtos e serviços ao consumidor, prevê um aumento da demanda de vôos por causa do barateamento das tarifas aéreas. Diariamente circulam pelos céus da Europa cerca de 25 mil aeronaves. A estimativa, segundo estudo da Comissão Européia, é de que daqui a dez ou quinze anos este número duplique.

Para a Germanwatch, organização alemã de defesa do meio ambiente, isso seria bastante prejudicial, já que o tráfego aéreo emite quase 9% dos gases responsáveis pela destruição da camada de ozônio no planeta.