Partidos lançam frente de apoio à candidatura de Haddad
16 de outubro de 2018Representantes de seis partidos políticos lançaram na segunda-feira (15/10) uma frente em apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) à presidência da República. O objetivo é obter apoio de outras legendas para fortalecer um movimento contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL).
Um documento, assinado por PT, PCdoB, PSB, PCB, PSol e Pros, foi divulgado após uma reunião entre representantes dos partidos, na sede do PSB, em Brasília. PCdoB e Pros já faziam parte da coligação de Haddad, enquanto PCB, PSB e PSol anunciaram o apoio ao candidato petista para o segundo turno na semana passada.
Na carta, os partidos afirmam que "o Brasil vive um momento histórico que exige resposta firme de todos e todas que defendem a democracia, a liberdade, a soberania nacional, os direitos do povo e a justiça social".
"As sementes do ódio e da violência, plantadas nos últimos anos pelas forças reacionárias e pelos donos das grandes fortunas, deram vida a uma candidatura que é o oposto desses valores; que rompe o pacto democrático da Constituição de 1988 e lança sobre o país a sombra do fascismo", prossegue o texto.
Nos discursos de todos os representantes presentes, houve uma convergência sobre a necessidade de buscar alianças entre todos os partidos, independentemente de concordar ou não com o PT. Os partidários também criticaram o nível da campanha de Bolsonaro, classificada por eles de agressiva e com base em mentiras.
O PDT foi convidado para o encontro, mas não participou porque o presidente da legenda, Carlos Lupi, esteve num ato de apoio ao candidato a governador de São Paulo Márcio França (PSB).
O pedetista Ciro Gomes viajou para a Europa e ainda não deu declarações sobre pedidos de votos para Haddad. Depois de ficar em terceiro lugar na votação no primeiro turno, o PDT declarou "apoio crítico" a Haddad.
A senadora Kátia Abreu, que concorreu como vice de Ciro, chegou a afirmar que "Haddad seria um governo Dilma 2, piorado", porque o petista não teria maioria no Congresso. Ela chegou a pedir a renúncia do petista para que Ciro pudesse disputar a presidência com Bolsonaro.
"Não dá para o PT pedir desculpas por ter chegado ao segundo turno", disse a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, no encontro desta segunda. "Podem ter críticas ao PT. É natural que tenham. Agora, não dá para pedir que o PT peça desculpas e nem acusar o PT de ter ido para o segundo turno."
Carlos Siqueira, presidente do PSB, afirmou que várias personalidades brasileiras estão sendo procuradas para referendar em prol de Haddad, como o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que no início do ano se filiou ao PSB.
Outro apoio esperado é o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Questionada se o PT tomará a iniciativa de procurar o tucano, Gleisi desconversou. Ainda segundo a presidente do partido, o PT está disposto a mudar pontos do programa de governo de Haddad para conseguir alianças.
PTB e PSC apoiam Bolsonaro
A maioria dos partidos brasileiros decidiu pela neutralidade no segundo turno e liberou seus partidários a votar em quem quiserem. Isso vale para as legendas DC, DEM, MDB, Novo, Patriota, Podemos, PP, PPS, PSD, PSDB, PR, PRB, Rede e Solidariedade. Algumas destas legendas, no entanto, emitiram comunicados com ressalvas ao PT.
O PSL, de Bolsonaro, recebeu o apoio do PTB. Segundo uma nota do partido, as propostas econômicas de Bolsonaro foram o principal motivo do apoio. O PSC também decidiu apoiar Bolsonaro.
"O PSC, um partido que defende bandeiras liberais na economia e conservadoras nos costumes, tem certeza de que as propostas do candidato do PSL são as melhores para o Brasil", disse a nota.
PV/abr/ots
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