Partido de Merkel denuncia cartazes eleitorais falsos
26 de maio de 2024A União Democrata Cristã (CDU), partido da ex-chanceler federal alemã Angela Merkel, prestou queixa neste domingo (26/05), após descobrir ao menos 10 cartazes eleitorais falsos com sua logomarca em Leipzig. Entre outras coisas, os cartazes falsos apelavam por um "califado". Todos eles foram recolhidos.
O incidente ocorre há apenas duas semanas das eleições locais de 9 de junho, quando os europeus também vão às urnas escolher os novos membros do Parlamento Europeu. De acordo com relatos da mídia local, havia cartazes semelhantes em Chemnitz e na região ao redor de Zwickau. A agência de segurança do estado da Saxônia, onde fica Leipzig, vai investigar o caso.
O líder distrital da CDU, Andreas Nowak, confirmou a descoberta de ao menos 10 cartazes falsos desde sábado, mas disse que "provavelmente há muitos mais".
"Estamos indignados", afirmou Nowak. "O nosso partido está sendo aproximado do extremismo islâmico", sublinhou, destacando não se tratar de uma sátira ou brincadeira de mau gosto, mas de uma "violação de direitos autorais".
Slogan alterado
A tipografia e as cores usadas nos cartazes falsos são praticamente idênticas às originais. Nos cartazes falsificados, o slogan da CDU Leipzig. Sicher. Machen ("Fazer Leipzig segura") foi trocado para Leipzig. Unsicher. Machen ("Fazer Leipzig insegura"). Abaixo, do slogan adulterado, uma inscrição com letras curvas, que lembra a grafia árabe, diz: Mehr Kalifat wagen! ("Ousem mais califado").
Novak destaca que, há algumas semanas, o partido passou a utilizar um novo esquema de cores, que foram reproduzidas nos cartazes falsos, deixando claro que alguém "empenhou grande esforço" para a falsificação.
A Alemanha vive um momento político conturbado, com aumento dos crimes envolvendo política e vários casos de agressão contra políticos de diferentes esferas políticas.
Segundo estatística recente do Departamento Federal de Investigações (BKA) e do Ministério do Interior, em 2023 a Alemanha teve o recorde de mais de 60 mil crimes de cunho sociopolítico e/ou religioso – 1.100 a mais do que no ano anterior. A análise confirma ser comum ambas as motivações estarem interligadas.
le (DPA, ots)