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Parlamento britânico aprova eleição em 12 de dezembro

29 de outubro de 2019

Com apoio da oposição, Câmara dos Comuns valida apelo do premiê Boris Johnson para a convocação de pleito antecipado, em mais uma tentativa de resolver o impasse em torno do Brexit. Partidos entram em modo de campanha.

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Câmara dos Comuns em Londres
Parlamentares aprovaram a proposta com 438 votos a favor, 20 contra e dezenas de abstençõesFoto: picture-alliance/AP Photo/UK Parliament/Jessica Taylor

O Parlamento do Reino Unido aprovou nesta terça-feira (29/10) a convocação de eleições gerais antecipadas em 12 de dezembro, após horas de debates tensos sobre uma data. O pleito, que só deveria ocorrer em 2022, é uma tentativa de resolver o impasse em torno do Brexit.

A proposta foi aprovada na Câmara dos Comuns (câmara baixa do Parlamento britânico) por 438 votos a 20, o que só foi possível graças ao apoio da oposição trabalhista.

Mais cedo nesta terça-feira, o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, anunciou que decidiu aceitar a antecipação das eleições gerais britânicas, proposta pelo governo do primeiro-ministro Boris Johnson e vetada diversas vezes pela oposição.

No pleito em dezembro, o premiê acredita poder eleger uma nova safra de parlamentares que dê a seu Partido Conservador uma maioria no Parlamento britânico e quebre o impasse que bloqueou seus planos de tirar o país da União Europeia (UE) em 31 de outubro. O bloco concedeu ao Reino Unido um novo adiamento do Brexit por mais três meses.

Após três anos de disputas políticas inconclusivas em torno do divórcio, os eleitores britânicos estão cansados, e os resultados de uma eleição são difíceis de prever.

Também nesta terça, os parlamentares rejeitaram, por 315 votos a 295, uma proposta dos trabalhistas para convocar as eleições para 9 de dezembro. A legenda argumentou que a data permitiria que mais estudantes votassem, já que as universidades ainda não teriam entrado em recesso.

Com dezenas de abstenções, a proposta aprovada nesta terça-feira se tornará lei assim que passar pela Câmara dos Lordes (câmara alta) na quarta-feira. Assim, o Parlamento deve ser dissolvido em 6 de novembro, segundo disse o líder da Câmara dos Comuns, Jacob Rees-Mogg.

Os partidos já entraram em modo de campanha. "Temos uma chance única em uma geração de reconstruir e transformar nosso país. É hora de mudanças reais. Estamos prontos. Você está conosco?", diz uma postagem do Partido Trabalhista no Twitter, acompanhada de um vídeo.

Ainda nesta terça-feira, ao anunciar que apoiaria a moção de Johnson, Corbyn já havia dito que os trabalhistas lançarão "a campanha mais ambiciosa e radical por mudanças reais que o país já viu". "Vamos para ganhar", afirmou o líder oposicionista.

O Partido Conservador, por sua vez, também publicou um vídeo pedindo votos para a sigla, afirmando que "somente Boris Johnson pode fazer nosso país avançar e entregar as prioridades da população". Nas imagens, o premiê promete unir o Reino Unido e "fazer o Brexit acontecer".

Mais cedo, ele havia declarado: "Existe apenas uma maneira de realizar o Brexit diante desse implacável obstrutivismo parlamentar [...] e dessa recusa de cumprir a ordem do povo – e é revigorando o Parlamento e dando à população uma escolha."

Esta foi a quarta tentativa de Johnson de tentar aprovar a convocação de novas eleições, após três moções anteriores terem fracassado na Câmara dos Comuns.

Na segunda-feira, 299 parlamentares apoiaram a moção por eleições antecipadas, menos do que os 434 votos necessários para a aprovação – a maioria dos deputados trabalhistas se absteve.

O primeiro-ministro vinha exigido repetidamente a realização de um novo pleito para acabar com o que ele classifica de paralisia parlamentar que está minando a confiança da opinião pública e impedindo qualquer desfecho em relação à saída britânica do bloco europeu.

O Brexit está marcado para 31 de janeiro, depois de a União Europeia ter concordado com um novo adiamento na segunda-feira. O acordo, contudo, oferece a Londres a possibilidade de abandonar o bloco comunitário antes dessa data, caso o Parlamento britânico ratifique o acordo de saída.

"Aos meus amigos britânicos, os 27 países da UE adotaram formalmente a extensão. Pode ser a última delas. Por favor, façam o melhor uso desse tempo", disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, em mensagem no Twitter.

Quando os eleitores britânicos forem às urnas em cerca de seis semanas, dois anos e meio antes do previsto, isso marcará a terceira eleição geral em quatro anos no Reino Unido, e a primeira a ser realizada em um mês de dezembro no país desde 1923.

EK/ap/afp/dpa/rtr

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