Paris terá espaço público com nome de Marielle Franco
2 de abril de 2019Pouco mais de um ano após o assassinato de Marielle Franco, o Conselho Municipal de Paris aprovou uma moção de intenção para atribuir o nome da vereadora carioca a um espaço público na capital francesa. A votação ocorreu na segunda-feira (01/04). O anúncio foi feito pelo coletivo Rede Europeia para a Democracia no Brasil (RED.Br), autor da ideia, e comemorado pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que desde o princípio apoiou a iniciativa e encampou o projeto.
"Está votado! Os representantes eleitos parisienses aprovaram esta manhã a proposta que apresentei com a minha equipe: um lugar em Paris levará o nome de Marielle Franco, ativista dos direitos humanos, eleita do Rio de Janeiro, assassinada em março de 2018", escreveu a prefeita no Twitter.
Segundo o coletivo, a decisão dos conselheiros (o equivalente a vereadores no Brasil) foi unânime e, embora a moção tenha sido apresentada por políticos de esquerda, também ganhou os votos da direita. Ainda não se sabe se o local que receberá o nome da vereadora será uma rua, praça ou passagem pública e quando isso deve ocorrer.
De acordo com a rádio francesa RFI, a área deverá ser estudada e proposta por uma equipe da prefeitura parisiense. O bairro de Marais, bastante frequentado pela comunidade LGBT, é um dos cogitados para abrigar a homenagem.
Em março deste ano, o coletivo RED.Br, formado por artistas, intelectuais e militantes na França, encaminhou uma carta aberta à prefeitura de Paris justificando os motivos pelos quais Marielle deveria ser homenageada na capital francesa.
"Paris é o local onde esta primeira placa deve ser instalada, em razão de sua visibilidade e dos valores que representa. (…) Marielle lutava no cotidiano por uma cidade aberta, diversa e inclusiva e, por isso, pedimos que uma rua seja nomeada em sua homenagem”, relato o documento, também publicado na internet.
Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados em 14 de março de 2018, no centro do Rio de Janeiro. Duas pessoas foram presas suspeitas do crime: o PM reformado Ronnie Lessa, que teria efetuado os disparos, e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, que dirigiu o carro de onde partiram os tiros. Uma assessora da vereadora que também estava no veículo sobreviveu ao atentado.
LE/lusa/abr/ots
______________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
| WhatsApp | App | Instagram | Newsletter