OMS espera fim da emergência global por covid-19 em 2023
14 de dezembro de 2022A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta quarta-feira (14/12) que está otimista de que 2023 marque o fim da emergência de saúde global devido à pandemia de covid-19.
Segundo o diretor-chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a esperança é poder dizer no próximo ano que a covid-19 "não é mais uma pandemia".
"Um ano atrás, a variante ômicron matava 50 mil pessoas por semana, e na semana passada, foram menos de 10 mil. O número ainda é excessivo, mas marca uma boa trajetória", destacou Tedros, em entrevista coletiva realizada em Genebra, na Suíça, para revisar o trabalho da OMS em 2022.
Tedros ponderou, porém, que "o vírus está aqui para ficar." No entanto, diferentemente de 2020, agora o mundo tem as ferramentas e códigos de conduta para lidar com isso.
"O coronavírus não vai desaparecer, vai continuar e os países terão que aprender a administrá-lo junto com outros problemas respiratórios como a gripe", destacou.
"Nós o conhecemos melhor [o vírus], temos ferramentas como vacinas, tratamentos e, o mais importante, agora temos imunidade da população, tanto de vacinados quanto de forma natural [por pessoas que tiveram a doença]", analisou o especialista etíope.
Tedros salientou que o fim da emergência internacional devido à covid-19 "está nas nossas mãos". "É uma questão de garantir que os grupos de risco, como os idosos e as populações vulneráveis, estejam protegidos", completou.
Decisão em janeiro
Os critérios para decidir se a pandemia de covid-19 deixará de ser uma emergência internacional serão analisados em janeiro, na próxima reunião do comitê de especialistas que se encontra trimestralmente desde 2020 para analisar a evolução da crise sanitária.
A OMS não tem o poder de declarar o "fim" de uma pandemia. A organização pode apenas suspender a "emergência de saúde pública de interesse internacional", que no caso do coronavírus foi declarada em 2020.
A declaração de emergência visa, principalmente, alertar os governos para que tomem medidas de proteção e cooperem. No entanto, cada país impõe suas próprias condições separadamente. A suspensão dos regulamentos anticoronavírus no Brasil, por exemplo, não está condicionada à suspensão da emergência pela OMS. Um conselho independente de especialistas examina regularmente a situação global e recomenda à OMS se uma emergência deve ser suspensa ou mantida.
Boas e más notícias
Na coletiva em Genebra, Tedros também citou outras boas notícias: a queda em 90% do número de casos de Mpox, como foi renomeada a varíola dos macacos, e que não há novos casos de ebola em Uganda há algum tempo.
O diretor-geral da OMS salientou que, apesar disso, o mundo ainda enfrenta inúmeros desafios sanitários, e citou especificamente os surtos de cólera atualmente declarados em 29 países - incluindo o que matou 280 pessoas no Haiti -, a fome iminente, especialmente na África, a persistência de falta de saneamento em muitos lugares, dietas pouco saudáveis, malária e tuberculose.
"Para o ano de 2023 há motivos de esperança, mas também muitos motivos de preocupação e, nesse sentido, a OMS continua empenhada com os países-membros na construção de um futuro mais seguro e saudável para as populações", ressaltou.
le/bl (EFE, DPA)