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SaúdeNova Zelândia

Nova Zelândia vai investigar gestão da pandemia

5 de dezembro de 2022

Primeira-ministra, Jacinda Ardern, anunciou que comissão avaliará como seu governo lidou com o coronavírus. Objetivo é se preparar melhor para eventuais crises sanitárias.

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Jacinda Ardern
Jacinda Ardern diz que é preciso compilar o que funcionou e o que foi aprendidoFoto: Robert Kitchin/Getty Images

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou nesta segunda-feira (05/12) uma investigação de alto nível sobre como seu governo lidou com a pandemia de covid-19. O objetivo é se preparar melhor para eventuais crises sanitárias.

O país, que no começo da pandemia foi elogiado internacionalmente pelo sucesso no combate ao coronavírus, adotou uma abordagem de tolerância zero. No começo, a estratégia manteve a taxa de mortalidade da Nova Zelândia muito abaixo da maioria dos outros países. No entanto, mais tarde, a estratégia foi criticada por seu impacto econômico e social, com violentos protestos tomando as ruas do país de cinco milhões de habitantes. Manifestantes chegaram a acampar em frente ao Parlamento pedindo o fim das restrições. 

"Todos os países do mundo enfrentaram a covid-19 e não havia manual para administrá-la", disse Ardern,

Uma Comissão Real, o nível mais alto possível de inquérito público na Nova Zelândia, examinará se o governo adotou de Ardern a resposta certa e considerará como a resposta geral poderia ter sido melhor, levando em conta os impactos sociais e econômicos.

"O escopo da investigação é amplo e cobrirá aspectos específicos de nossa resposta à saúde, como fronteiras, cuidados comunitários, isolamento, quarentena, bem como a resposta econômica, e isso inclui uma política monetária ampla", disse Ardern. "Não considerará decisões individuais, como as políticas aplicadas a um caso ou circunstância individual", acrescentou.

A comissão começará a trabalhar em 1º de fevereiro de 2023 e deve entregar seu relatório final em 26 de junho de 2024.

"Faz mais de 100 anos desde que experimentamos uma pandemia dessa escala, por isso é fundamental compilar o que funcionou e o que podemos aprender com isso, caso aconteça novamente", ressaltou Ardern.

Barracas e muitas pessoas em um gramado
Manifestantes acamparam em frente ao Parlmanto em WellingtonFoto: Marty Melville/AFP

Amplos bloqueios

A Nova Zelândia, elogiada mundialmente no início da pandemia por sua estratégia contra o coronavírus, confinou sua população em várias ocasiões, apesar do baixo número de infecções, e fechou suas fronteiras internacionais em março de 2020, reabrindo gradualmente em fevereiro deste ano, à medida que surgiam variantes cada vez mais contagiosas e difíceis de conter do coronavírus e com o crescimento do número de vacinados no país.

Após dois anos de rígidas restrições, a paciência dos neozelandeses começou a diminuir e os protestos contra os rígidos controles de fronteira e contra a vacinação obrigatória de alguns grupos se espalharam pelo país. Paralelamente, partidos de oposição culparam as decisões financeiras tomadas no início da pandemia por contribuir para a maior inflação em três décadas.

Até março, a Nova Zelândia havia relatado apenas 65 mortes por covid-19. No entanto, desde a disseminação da variante ômicron, esse número aumentou para 2.230 atualmente, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. Quase 90% da população está vacinada e o país oceânico acumula cerca de 1,9 milhão de infectados.

Atualmente, a China é um dos únicos países que ainda adotam uma política de tolerância zero, abordagem que muitos especialistas dizem ser insustentável a longo prazo.

le (Reuters, AFP, AP, EFE)