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OCDE pessimista em relação à zona do euro

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As seis maiores economias do mundo vão crescer menos este ano. Mas o economista-chefe da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) vê problemas em especial na zona do euro.

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Logotipo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico

Não foi das melhores a perspectiva para a conjuntura européia apresentada por Jean-Philippe Cotis, economista-chefe da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no Fórum Econômico de Davos. Cotis espera impulsos para a economia mundial apenas dos Estados Unidos e da Ásia, especialmente do Japão, que lucra com o crescimento da China. Aos europeus vai caber o papel de espectadores. "A Europa é como um avião com apenas uma turbina, o que o torna especialmente vulnerável a turbulências. Por exemplo, a alta do euro, e isto poderia até avariar a única turbina", afirmou.

Revisão dos prognósticos

Ainda na última previsão para as economias de seus países membros, em novembro de 2003, a instituição sediada em Paris partia de um crescimento de 3%. Desde então, a conjuntura mundial vem apresentando sinais visíveis de recuperação. Mas, preocupada com a valorização crescente do euro, que aumentou sua cotação em relação ao dólar em 10% desde então, a OCDE reduziu suas expectativas. A organização teme que a recente retomada não seja sustentável nas economias que dependem das exportações, como é o caso das européias.

Vistas em conjunto, as seis maiores potências econômicas do mundo — Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Japão — devem crescer no primeiro trimestre de 2004 apenas 1% (para o quarto trimestre do ano passado, estima-se um crescimento de 1,1%). Para a Alemanha, a organização conta mesmo com uma estagnação nos três primeiros meses deste ano.

Nuvens mais escuras sobre países europeus

Os EUA também devem crescer menos (1,3% no primeiro trimestre contra os 2% registrados no terceiro trimestre de 2003), mas devem continuar sendo a locomotiva da economia mundial. Isto porque a economia norte-americana não é tão sensível a distúrbios como, por exemplo, a alemã e a francesa.

O problema das duas maiores economias européias é que a demanda interna não se recupera. Por falta de confiança na política de seus governos, os consumidores resistem à tentação do consumo e são hesitantes com os gastos. A conseqüência é que alemães e franceses têm a mais alta cota de poupança de toda a Europa.

A causa principal da desconfiança é a política orçamentária e tributária dos governos europeus, segundo Cotis. Os cortes que eles fazem em tempo de boa conjuntura não são suficientes para agüentar o baque quando a situação piora. As despesas são altas demais em comparação com as receitas, e o endividamento torna-se incontrolável pelos ministros das Finanças, analisa o especialista da OCDE.