Obama diz que NSA não espiona presidente da França
25 de junho de 2015O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, garantiu nesta quarta-feira (24/06) ao presidente francês, François Hollande, que o serviço de inteligência americano não intercepta as comunicações do líder do governo em Paris.
Segundo a Casa Branca, Obama reiterou o "firme compromisso" assumido com os parceiros franceses em novembro de 2013 de colocar fim às práticas de espionagem "que tenham ocorrido no passado e que são inaceitáveis entre os aliados".
Os dois líderes se falaram por telefone um dia após o site WikiLeaks revelar que os três últimos presidentes da França – Hollande, Nicolas Sarkozy e Jacques Chirac – foram grampeados pela Agência de Segurança Nacional americana (NSA). Diplomatas e chefes de gabinete próximos aos três chefes de Estado também foram espionados. Documentos vazados pelo site trazem escutas realizadas entre 2006 e 2012.
Em um comunicado divulgado pelo governo francês, a conversa Hollande e Obama serviu para ressaltar "os princípios que devem reger as relações entre os aliados" no que diz respeito a serviços secretos.
Em reação à revelação do WikiLeaks, Hollande convocou uma reunião emergencial entre ministros e comandantes das Forças Armadas pela manhã e afirmou que não vai tolerar qualquer ato que ameace a segurança e a proteção dos interesses dos franceses. O chanceler Laurent Fabius convocou o embaixador americano em Paris, Jane Hartley, para pedir explicações.
O chefe do serviço de inteligência da França, Didier Le Bret, e o chefe da segurança externa, Bernard Bajolet, viajarão nos próximos dias aos EUA para verificar se os acordos estão sendo cumpridos.
Lei facilitará espionagem na França
Também nesta quarta-feira, a Assembleia Nacional francesa aprovou a polêmica lei que amplia dos poderes de espionagem do governo, sob a justificativa de intensificar a luta contra o terrorismo. A proposta recebeu apoio dos deputados de vários segmentos partidários: tanto dos socialistas que apoiam Hollande, quanto dos republicanos e centristas ligados ao ex-presidente Nicolas Sarkozy.
A proposta recebu apoio do presidente francês e também do primeiro-ministro, Manuel Valls. O debate na assembleia ganhou força especialmente após os atentados extremistas em Paris, em janeiro deste ano.
Na prática, o texto aprovado facilita possíveis procedimentos de vigilância e interceptação de informação e de comunicações em computadores e telefones celulares de suspeitos, além da instalação de aparelhos de localização por GPS em veículos, de microfones e de câmeras.
MSB/dpa/efe