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NSA ouviu conversa de Merkel e Ban Ki-moon, afirma Wikileaks

23 de fevereiro de 2016

Site divulga documentos que comprovariam escuta de um telefonema entre a chanceler alemã e o secretário-geral da ONU. Outros alvos teriam sido Sarkozy, Berlusconi e Netanyahu.

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Foto: picture-alliance/dpa/R. Jensen

A suposta espionagem da chanceler federal alemã, Angela Merkel, feita pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, parece ter proporções ainda maiores, segundo documentos divulgados nesta segunda-feira (22/02) pela plataforma Wikileaks.

Os documentos, classificados como secretos pelo serviço de inteligência americano, incluem a interceptação de uma conversa entre Merkel e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Segundo a transcrição do diálogo, Ban elogiou, em dezembro de 2008, os esforços de Merkel para combater as alterações climáticas e convencer seus pares na União Europeia (UE), acrescentando que o mundo esperava que a UE mantivesse sua posição de liderança. Sem ela, seria muito difícil alcançar progressos nas próximas conferências sobre o clima, acrescentou Ban.

Na conversa, o secretário-geral da ONU também falou de uma ocasião perfeita para envolver o governo do então recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na luta contra as mudanças climáticas.

"Será interessante ver a reação da ONU, porque se o secretário-geral pode ser alvo [de espionagem dos Estados Unidos] sem qualquer consequência, então qualquer um, desde um líder mundial a um varredor de rua, está em risco", disse Julian Assange, fundador do Wikileaks.

As autoridades americanas também tiveram completo acesso a uma reunião privada entre Merkel e o então presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o ex-primeiro ministro da Itália Silvio Berlusconi, realizada em outubro de 2011. Em suas atas, a NSA classificou o diálogo como "muito brusco". Merkel e Sarkozy teriam pressionado Berlusconi por causa das enormes dívidas da Itália.

O Wikileaks também divulgou que uma conversa entre o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e Berlusconi foi alvo de espionagem americana. No diálogo, Netanyahu pede a Berlusconi ajuda para lidar com o governo dos EUA.

A NSA também grampeou telefones de altos funcionários da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), afirmou o Wikileaks.

PV/lusa/dpa/afp