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Nasa descobre moléculas orgânicas em Marte

7 de junho de 2018

Descoberta pode indicar existência de vida no passado do planeta vermelho. Moléculas estavam preservadas em rochas de mais de 3 bilhões de anos. Pesquisadores ainda não identificaram origem destes compostos.

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Curiosity em Marte
Curiosity pousou no planeta vermelho em 2012Foto: picture-alliance/dpa/NASA/JPL-Caltech/MSSS

A Nasa anunciou nesta quinta-feira (07/06)  que encontrou moléculas orgânicas formadas há cerca de 3 bilhões de anos em rochas de Marte. A descoberta pode indicar a existência de vida fora da Terra no passado. O material foi localizado pelo robô de exploração Curiosity, uma missão que pousou no planeta vermelho em 2012.

"Essa é uma descoberta muito emocionante, mas não podemos ainda confirmar a origem destas moléculas. Pode ser uma prova de vida, mas também pode pertencer a um meteorito ou outras fontes", disse o diretor da divisão de Exploração do Sistema Solar da Nasa, Paul Mahaffy.

Três tipos de moléculas foram encontradas pelo Curiosity numa escavação de apenas cinco centímetros de profundidade na cratera Gale, uma região que, quando o planeta vermelho era quente e úmido, aparentemente parece ter sido um lago.

As moléculas orgânicas são os blocos de construção da vida, no entanto, elas podem ser produzidas por reações químicas que não têm relação com a vida. Os pesquisadores afirmaram ser prematuro saber se os compostos foram criados em processos biológicos.

O lugar de testes de tecnologias para expedição a Marte

Apesar de a origem das moléculas ainda não estar clara, a Nasa destacou que esse tipo de partícula pode ter sido a comida de uma hipotética vida microbiana em Marte. "Sabemos que na Terra os micro-organismos comem todo tipo de produtos orgânicos. É uma fonte de alimento valioso para eles", afirmou Jennifer Eigenbrode, do Centro Espacial Goddard da Nasa.

A descoberta não confirma a existência de vida no planeta, explicou a especialista, mas mostra que os organismos podem ter sobrevivido em Marte graças à presença dessas moléculas.

Eigenbrode acrescentou que apesar de a superfície do planeta vermelho ser inóspita atualmente, os indícios apontam que, no passado remoto, o clima marciano dava as condições propícias para a existência de água líquida, um fator essencial para a vida como conhecemos. "Tudo que era necessário para sustentar a vida estava lá, mas isso não nos diz que ela estava lá", ressaltou.

Dados recolhidos pelo Curiosity revelam que há bilhões de anos um lago dentro da cratera Gale possuía todos os ingredientes necessários para a vida - componentes químicos e energia.

Em 2013, a missão do Curiosity descobriu os primeiros indícios da existência de água em Marte. A sonda também determinou que a concentração de metano na atmosfera do planeta muda de acordo com as estações. Ela é mais alta perto dos equinócios (primavera e outono) e mais baixa nos solstícios (verão e inverno).

A origem do gás, porém, continua sendo desconhecida. Uma das principais teorias sustenta que ele estava armazenado em reservatórios subterrâneos, batizados como "clatratos".  Com a nova descobertas, pesquisadores dizem que há a possibilidade que micróbios tenham contribuído para o desenvolvimento da atual atmosfera do planeta.

CN/efe/rtr/ap

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