Nasa lança missão para estudar interior de Marte
5 de maio de 2018O aterrissador (lander) InSight da Nasa, que tem como objetivo analisar o "coração de Marte", decolou da base aérea de Vandenberg, na Califórnia, neste sábado (05/05). É a primeira vez que uma missão planetária é lançada da costa oeste dos Estados Unidos.
O foguete do tipo Atlas V 401 leva no interior um aterrissador robótico que será o encarregado de explorar o núcleo de Marte para ampliar o conhecimento sobre a formação marciana e a de outros planetas rochosos, como a Terra.
O lançamento transcorreu sem problemas às 4h05 (hora local, 8h05 em Brasília), e a previsão é que o InSight aterrisse no planeta vermelho em 26 de novembro.
Esta é a primeira vez que uma missão espacial tem como único objetivo analisar as entranhas do segundo menor planeta do Sistema Solar, depois de Mercúrio. Até agora, as missões a Marte capturaram imagens da superfície, estudaram rochas, escavaram a terra e procuraram indícios da água que um dia fluiu em Marte. O interior do planeta nunca foi observado.
"Cerca de 99% deste planeta nunca foi observado. Vamos estudá-lo com nosso sismômetro e a nossa sonda de fluxo de calor pela primeira vez", afirmou Bruce Banerdt, principal pesquisador do InSight, antes do lançamento.
O InSight irá escavar mais fundo do que qualquer outra missão a Marte, chegando a 5 metros de profundidade. O sismômetro que será instalado na superfície tentará, pela primeira vez, medir sismos em Marte.
As informações recolhidas poderão ajudar a entender por que a Terra e Marte são tão diferentes se provavelmente se originaram de maneiras similares, a 4,5 bilhões de anos.
Para o diretor de ciências planetárias da Nasa, Jim Green, esta missão planetária "fantástica" ajudará a humanidade a compreender a composição da crosta, do manto e do núcleo de Marte e dará uma ideia de como se originou o Sistema Solar.
A missão, que durará quase dois anos e percorrerá a partir de hoje os 485 milhões de quilômetros que separam a Terra de Marte, é financiada e coordenada majoritariamente pelos Estados Unidos, mas também conta com a participação de países europeus.
No total, os EUA investirão 813 milhões de dólares no projeto, enquanto Alemanha e França aportarão cerca de 180 milhões de dólares em pesquisas relacionadas.
AS/efe/ap/lusa/afp
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