Munique pulsa sob o status de "bon vivant"
4 de junho de 2005Um dia de frio e com neve em Munique é o mesmo que um dia quente, quando os termômetros beiram a casa dos 40 graus na capital da Baviera. Por lá, o que importa é o que se apresenta como eterna celebração de um status.
Seja nos Alpes que chegam até a Áustria, com casacos especiais, luvas e botas, seja nas margens do Rio Isar ou no gramado do Englischer Garten, onde uma sunga, um biquíni ou a ausência de roupas caracterizam a paisagem.
Levar a vida como um 'bon vivant' é o estilo dos bávaros, que têm a fama de rústicos. No entanto, dois ou três dias em Munique são suficientes para perceber o quanto a Baviera é receptiva, atenciosa e diferente do resto da Alemanha.
No idioma, onde você é recebido com o tradicional "Grüss Gott", na facilidade em andar pelas cidades, no clima, especialmente o do verão, nas festas animadas e no esporte. O bávaro parece, mas não é inflexível como outros germânicos e sabe como aproveitar a vida.
Não há pressa para nada, mas tudo se encaixa e funciona perfeitamente. Não há nervosismo para nada, e no final as coisas se resolvem. Não há impaciência para nada, e depois de uma pergunta você sabe aonde ir ou simplesmente é levado aonde quer ir.
A veia turística do Estado, principalmente a que percorre o "coração Munique", contribui. Mas tratar bem o turista é exatamente o que faz aquele povo ser especial. Falar inglês não é um problema, assim como prestar informações nas calçadas, nas estações de metrô, nas lojas ou nos bares.
A capital da Baviera pulsa de amor por um clube de futebol. O Bayern de Munique já era dono do estádio cuja arquitetura é considerada uma das mais importantes do pós-guerra no país, e agora se gaba em pisar o gramado do imponente Allianz Arena, para muitos o mais bonito do mundo.
O time é um dos símbolos da cidade, que ainda conta com a fantástica Marienplatz, abrigo da Neues Rathaus (prefeitura), com a Hofbräuhaus, cervejaria mundialmente famosa, com o palácio Nymphenburg, residência de verão dos reis, com o Deutsches Museum, um dos maiores da Europa, e com diversas outras áreas de visitação obrigatória.
Munique também oferece estradas que levam os alemães ou os turistas a lugares fantásticos. Um deles é a cidadezinha de Schwangau, distante quase 120 quilômetros ao sul, e onde está um "castelo de conto de fadas" chamado Neuschwanstein – de onde Walt Disney tirou inspiração para construir o chamariz de seu parque temático nos Estados Unidos.
O norte é igualmente interessante. Dachau, o primeiro campo de concentração nazista, está a poucos minutos do centro de uma cidade que felizmente não faz questão das cicatrizes do regime de Adolf Hitler.