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MPF denuncia autor de ataque contra Bolsonaro

2 de outubro de 2018

Adélio Bispo de Oliveira é acusado de praticar atentado pessoal por inconformismo político, um crime previsto na Lei de Segurança Nacional. Denúncia diz que ato foi premeditado e visou excluir o presidenciável do pleito.

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O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL)
Bolsonaro foi agredido no início de setembro enquanto fazia campanha em Juiz de ForaFoto: Agencia Brasil/F. R. Pozzebom

O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta terça-feira (02/10) que apresentou uma denúncia contra Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada que atingiu o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), por ter praticado atentado pessoal por inconformismo político.

O documento foi assinado na segunda-feira pelo procurador da República Marcelo Borges de Mattos Medina, com base no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional (LSN).

A denúncia afirma que Oliveira planejou o ataque contra Bolsonaro com antecedência, além de ter colocado em risco o regime democrático ao tentar matar um dos concorrentes da disputa presidencial, pois com isso buscava interferir no resultado das eleições.

"O propósito do ato foi eliminar fisicamente o candidato da disputa pela Presidência da República, excluindo-o do pleito, de modo a impedir que as suas ideias, caso acolhidas pela maioria, passassem a informar as políticas públicas do governo federal", diz a acusação.

O procurador acrescentou que o objetivo do agressor, "diante da perspectiva da eleição daquele de quem 'discorda radicalmente', foi determinar o resultado das eleições, não por meio do voto, mas mediante violência".

Para preparar a denúncia, Medina recorreu ao depoimento do acusado e a elementos obtidos na investigação da Polícia Federal (PF), como rastros de navegação na internet feita por Oliveira, mensagens e imagens em seu celular, bem como seu histórico de atuação política.

As investigações encontraram, por exemplo, fotos e vídeos no celular do agressor que informavam a data e os locais por onde Bolsonaro passaria em Juiz de Fora, cidade em Minas Gerais onde ocorreu o atentado, revelando que a agressão foi planejada.

A denúncia também destaca elementos que indicam uma forte crítica por parte de Oliveira contra o presidenciável do PSL e contra suas posições políticas, o que fica evidente em mensagens compartilhadas em suas redes sociais.

A acusação foi encaminhada para a 3ª Vara Federal de Juiz de Fora. Se a denúncia for recebida, Oliveira se torna réu e poderá ser condenado a uma pena de três a dez anos de prisão, que pode ser aumentada até o dobro por conta da lesão corporal grave.

Bolsonaro foi atingido por um golpe de faca no abdômen em 6 de setembro durante um ato de campanha em Juiz de Fora. Ele foi levado a um hospital na cidade mineira, onde foi submetido a uma cirurgia, e depois transferido para o Albert Einstein, em São Paulo, onde passou por novos procedimentos. O candidato recebeu alta no sábado (29/09).

O agressor foi preso em flagrante e confessou a autoria do crime. Em depoimento, manifestou motivações políticas e religiosas para o atentado. Oliveira está atualmente detido em um presídio federal em Campo Grande, no Mato Grosso.

Nesta segunda-feira, a defesa do acusado solicitou junto à 3ª Vara Federal de Juiz de Fora um novo pedido de avaliação de sanidade mental. Para isso, foi apresentado um parecer psiquiátrico particular, solicitado pelos próprios advogados, apontando que Oliveira sofre de transtorno delirante grave.

A Polícia Federal investiga o caso desde o dia do ataque. Em 25 de setembro, a corporação anunciou a abertura de um segundo inquérito, mas descartou o envolvimento de mais pessoas no crime. A medida seria uma cautela adicional para evitar críticas à apuração.

Na sexta-feira passada, os investigadores apresentaram as conclusões do primeiro inquérito, indicando que o atentado foi motivado por inconformismo político e que o agressor agiu sozinho e de forma premeditada.

Desde o início da corrida eleitoral, Bolsonaro vem liderando as intenções de votos. A mais recente pesquisa, do Ibope, revelou nesta segunda-feira que o militar reformado segue crescendo e conquistando eleitores.

A sondagem colocou o candidato do PSL com 31% das intenções no primeiro turno, quatro pontos percentuais a mais do que na pesquisa anterior. Ele, no entanto, lidera também a lista de candidatos mais rejeitados, com 44%.

EK/abr/ots

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