Moro solta nove presos na 26ª fase da Lava Jato
26 de março de 2016O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, determinou neste sábado (26/03) a liberação de nove presos temporários da 26ª fase da Operação Lava Jato. Em despacho, Moro diz que não é o caso de prorrogar as prisões, mas determinou que nenhum deles poderá deixar o país durante as investigações e devem entregar os passaportes no prazo de três dias.
"Diante dos indícios de que executivos do Grupo Odebrecht foram deslocados para o exterior durante as investigações, nele obtendo refúgio, imponho como medida cautelar alternativa à prisão a proibição de que os investigados ora soltos deixem o país", diz o despacho.
Moro decidiu não prolongar as prisões temporárias, que haviam vencido neste sábado, de Alvaro José Galliez Novis, Antônio Claudio Albernaz Cordeiro, Antônio Pessoa de Souza Couto, Isaias Ubiraci Chaves Santos, João Alberto Lovera, Paul Elie Altit, Roberto Prisco Paraíso Ramos, Rodrigo Costa Melo e Sergio Luiz Neves.
As nove pessoas presas temporariamente são investigadas por crimes que envolvem fraudes documentais. A prisão foi decidida, segundo despacho feito na época, porque havia o risco de ocultação, destruição e falsificação de provas.
O juiz também justificou a prisão na garantia de que essas pessoas seriam ouvidas separadamente pela autoridade policial, "sem que recebam influências uns dos outros".
Planilhas da Odebrecht
No despacho, Moro também afirmou que é "provável" que envie ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma planilha que apontaria pagamentos da Odebrecht a cerca de 300 políticos, incluindo alguns com foro privilegiado. A lista foi encontrada pela Polícia Federal na casa de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura.
De acordo com o juiz, é prematura qualquer conclusão quanto à natureza dos pagamentos, se são ilícitos ou não.
"Os pagamentos retratados nas planilhas da residência do executivo Benedicto Barbosa podem retratar doações eleitorais lícitas ou mesmo pagamentos que não tenham se efetivado", diz Moro. "A cautela recomenda, porém, que a questão seja submetida desde logo ao Egrégio Supremo Tribunal Federal."
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