Metade dos alemães já recebeu dose de reforço contra covid
22 de janeiro de 2022Um em cada dois alemães já recebeu a dose de reforço da vacina contra covid-19, informou neste sábado (22/01) o Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental para o controle e prevenção de doenças.
Isso representa quase 41,7 milhões de pessoas, o equivalente a 50,1% da população alemã. Quase 61 milhões de cidadãos (73,3%) estão totalmente vacinados, ou seja, já receberam duas doses ou a dose única da Janssen.
A meta do governo federal é atingir 80% de vacinados com a primeira dose até o final de janeiro – hoje esse índice é de 75,4%.
Atualmente, 24,6% da população alemã não está vacinada (20,5 milhões de pessoas) – sendo que 4,8% (quatro milhões) são crianças de zero a quatro anos, para as quais ainda não há vacina aprovada disponível.
Parte dos alemães é contrária às vacinas e vem protestando contra a imunização. Neste sábado, milhares de pessoas protestaram contra medidas anticovid em cidades como Schwerin, Stuttgart, Hamburgo, Düsseldorf, Chemnitz, Leipzig, Dresden, Trier, Flensburg e Freiburg.
Em breve, na Alemanha, pessoas que receberam a vacina da Janssen serão consideradas completamente vacinadas apenas após uma segunda dose - se possível com uma vacina de mRNA da Pfizer-BioNTech ou da Moderna.
No Brasil, cerca de 18% da população já havia recebido uma dose de reforço até quinta-feira, segundo o site Our World in Data, da Universidade de Oxford.
Obrigatoriedade de vacinação
Para o ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, em uma futura possível obrigatoriedade de imunização, uma quarta dose não deve ser necessária. "Qualquer pessoa que tenha três doses com vacinas de mRNA ou similarmente eficaz, hoje ou no futuro, tem uma boa imunização básica", disse ao jornal alemão Rheinische Post.
Enquanto uma possível obrigação geral de imunização ainda está sendo debatida, Lauterbach confirmou a obrigatoriedade, a partir de 16 de março, da vacinação para determinadas categorias.
De acordo com resolução aprovada pelo Bundestag em 10 de dezembro, a vacina contra covid-19 será obrigatória para funcionários em hospitais, clínicas, asilos, consultórios médicos e odontológicos, serviços de resgate e enfermagem, centros obstétricos e outras instalações de saúde.
"Devemos usar todos os meios possíveis para evitar que pessoas que precisam de cuidados morram de conavírus", enfatizou o ministro.
Grupos, porém, criticam a medida, temendo uma escassez ainda maior de mão de obra, já que funcionários não vacinados simplesmente poderiam não aparecer para trabalhar.
Incidência recorde
A incidência de covid-19 bateu um novo recorde na Alemanha neste sábado. São 772,7 casos a cada 100.000 habitantes, maior número desde o começo da pandemia. Para comparação, há uma semana, a incidência era de 497,1.
Em 24 horas, foram reportadas 135.461 novas infecções e 179 mortes. Especialistas, porém, acreditam que o número seja maior, porque a capacidade de testagem está chegando ao limite. A incidência de hospitalização – número de pacientes com covid-19 em hospitais a cada 100 mil habitantes em sete dias – é de 3,77.
No total, a Alemanha contabiliza 8.596.007 casos oficiais de covid-19 e 116.664 óbitos devido à doença, segundo o RKI.
Hospitais próximos ao limite
Diante do número crescente de infecções, autoridades médicas preveem que hospitais atinjam o limite em apenas alguns dias. "Até o início de fevereiro, o mais tardar, os hospitais de toda a Alemanha estarão lotados se o número de infecções continuar aumentando nesse ritmo", disse a presidente do sindicato médico Marburger Bund, Susanne Johna, aos jornais do Funke Mediengruppe.
Além da alta de pacientes, o país vive escassez de mão de obra em clínicas, laboratórios e serviços de resgate, o que pode impactar, também, em pessoas que sofrem de outras doenças.
Segundo estimativas de hospitais alemães, mais de 100.000 cirurgias tiveram que ser adiadas ou canceladas durante a onda da variante delta. "Ainda não temos números finais para a onda da delta, mas estamos falando de centenas de milhares de tratamentos adiados", disse Gerald Gass, CEO da Associação Alemã de Hospitais ao jornal Augsburger Allgemeine.
Muitos pacientes estão na lista de espera. Mais de um milhão de intervenções adiadas no ano passado terão que ser remarcadas.
le (ots)