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Merkel manifesta incerteza sobre aprovação de pacote

13 de julho de 2020

Chanceler federal da Alemanha sinaliza que plano de recuperação de 750 bilhões de euros ainda não deve ser aprovado em reunião de cúpula da UE nesta semana. "Os caminhos que temos de percorrer ainda são longos."

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Deutschland Berlin | Angela Merkel & Giuseppe Conte, Ministerpräsident Italien
Merkel e o premiê Conte. Pacote enfrenta resistência de países mais “frugais” da UEFoto: Reuters/T. Schwarz

A chanceler federal Angela Merkel manifestou nesta segunda-feira (13/07) incerteza sobre a possibilidade do plano de recuperação econômica de 750 bilhões de euros para a União Europeia ser aprovado por todos os países do bloco na reunião de cúpula que ocorre nesta semana.

 "Não sei se vamos chegar a um acordo", disse a líder alemã, durante uma conferência de imprensa com o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, em Meseberg, perto de Berlim. 

 "Nada ainda está seguro. Os caminhos que temos de percorrer ainda são longos", acrescentou. "Não sei se vamos obter um acordo a partir de sexta-feira, mas isso seria positivo para a Europa", assinalou, admitindo implicitamente a necessidade de uma segunda reunião de cúpula.

A chefe de governo, que congratulou os italianos pela "disciplina e a admirável paciência" durante a pior fase da pandemia, insistiu ainda na necessidade de uma "resposta forte" para a crise que atinge de forma violenta as economias europeias. 

 "Pelo fato de se tratar de uma imensa tarefa, a resposta também deve ser importante", acrescentou. Merkel afastou qualquer perspectiva de redução do plano de estímulo, insistindo que ele deverá "ser mais maciço". 

 A reunião de cúpula europeia deve demonstrar que "a Europa deseja ser solidária” e que "isso implica uma dimensão política, para além dos números", assinalou Merkel, alertando para "a necessidade de ainda construir pontes" entre os países da UE. 

 Por sua vez, o premiê Giuseppe Conte sublinhou a necessidade de que os europeus têm de "atuar depressa". 

 "Devemos atuar depressa porque a história nos ensina que a melhor das reações não vale grande coisa caso surja muito lentamente", acrescentou. 

A cúpula extraordinária já sinaliza que deve ser tensa devido às reticências de alguns países em relação ao Fundo de Recuperação, o plano de estímulo que inclui 250 bilhões de euros de empréstimos, e sobretudo de subvenções que chegam a 500 bilhões euros.

 Áustria, Holanda, Suécia e Finlândia têm demonstrado insatisfação com o plano, que beneficiará principalmente os países do sul, com destaque para Itália e Espanha, os mais atingidos pelas consequências socioeconômicas da pandemia. 

JPS/lusa/afp

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