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OMS: maioria dos europeus pode contrair ômicron até março

11 de janeiro de 2022

Mais da metade da população europeia pode ser infectada com a ômicron nos próximos dois meses, segundo estimativa baseada no ritmo atual de infecções. Região europeia registrou 7 milhões de novos casos em uma semana.

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Montagem visual com a bandeira da União Europeia e pictogramas da variante ômicron do coronavírus
53 dos 26 países da divisão europeia da OMS têm registrado mais de 1% de suas populações infectadas semanalmenteFoto: Andre M. Chang/ZUMA Press Wire/picture alliance

Mais da metade da população da Europa terá contraído a variante ômicron do novo coronavírus nos próximos dois meses se os números de infecções continuarem nas taxas atuais, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (11/01).

O prognóstico é baseado numa estimativa do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME) da Universidade de Washington, citada pelo diretor da seção europeia da OMS, Hans Kluge.

"Nesse ritmo, o Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde prevê que mais de 50% da população da região será infectada com a ômicron nas próximas seis a oito semanas", disse Kluge. "Os dados coletados nas últimas semanas confirmam que a ômicron é altamente transmissível, porque suas mutações permitem que ela se ligue mais facilmente às células humanas e pode infectar até mesmo aqueles que foram previamente infectados ou vacinados."

Sete milhões de novos casos em uma semana

Kluge declarou que 26 países da divisão europeia da OMS – que compreende 53 países, incluindo alguns da Ásia Central – relataram que mais de 1% de suas populações estão sendo infectadas semanalmente pelo coronavírus, o que representa mais de 7 milhões de novos casos de infecção somente na primeira semana de 2022.

Do número total de países considerados europeus pela OMS, 50 já relataram casos da variante ômicron, que tem se tornado rapidamente a variante dominante na Europa Ocidental e agora tem se espalhado pela região dos Bálcãs.

Kluge pediu aos países da região ainda não afetados pela nova variante que adotem medidas, como o uso de máscaras de alta qualidade, o impulsionamento da vacinação completa, incluindo doses de reforço, e a preparação de sistemas de resposta que incluam, por exemplo, testes mais acessíveis.

Em países onde já existe uma onda da ômicron, a prioridade deve ser prevenir e reduzir os danos aos grupos vulneráveis e minimizar a pressão sobre os sistemas de saúde e serviços essenciais.

"Muito cedo para classificá-la como endêmica"

Kluge afirmou que a "escala sem precedentes de transmissão" trouxe consigo um aumento no número de hospitalizações por covid-19, mas salientou que as taxas de mortalidade ainda permanecem estáveis.

"A onda está desafiando os sistemas de saúde e a prestação de serviços em muitos países onde a ômicron se espalhou rapidamente e ameaça sobrecarregar muitos outros", lamentou Kluge. Por outro lado, ele também enfatizou que "as vacinas aprovadas continuam a fornecer boa proteção contra doença graves e morte, inclusive para a ômicron".

Apesar dos relatos de um maior grau de casos assintomáticos e menor proporção de hospitalizações para casos da variante ômicron, a OMS disse que é muito cedo para tratar a doença como endêmica – no caso de uma doença mais leve que ocorre regularmente, como a gripe.

"Ainda temos um vírus que está evoluindo muito rapidamente e apresentando novos desafios. Portanto, certamente não estamos no ponto de poder chamá-lo de endêmico", disse Catherine Smallwood, do Departamento de Emergências da OMS.

"Esse vírus, como sabemos, surpreendeu-nos mais de uma vez. O principal objetivo aspiracional para 2022 é estabilizar a pandemia", concluiu Kluge.

Desde o início da pandemia, mais de 5,5 milhões de mortes foram associadas à covid-19 em todo o mundo, segundo dados compilados pela agência de notícias AFP com base em fontes oficiais. No entanto, a OMS afirma que o número real pode ser de duas a três vezes maior.

pv/as (Efe, AFP)