1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Líderes europeus prometem fazer mais por refugiados

7 de setembro de 2015

Pressionados a agir com maior sintonia diante de uma crise que ameaça arranhar valores europeus, Berlim, Paris e Londres anunciam medidas para abrigar mais migrantes. Bruxelas acena com mudança nas cotas de acolhimento.

https://p.dw.com/p/1GSUg
Deutschland Flüchtlinge in München
Foto: Reuters/M. Rehle

Os líderes de Reino Unido, França e Alemanha anunciaram nesta segunda-feira (07/09) novos passos para ajudar os refugiados, em meio a uma crise crescente que vem testando a capacidade das grandes potências europeias de reagirem, como bloco, em sintonia.

Só no fim de semana, a Alemanha recebeu mais de 15 mil migrantes vindo da Hungria de trem, ônibus e a pé, em eventos descritos pela chanceler federal Angela Merkel como de "tirar o fôlego". Seu governo definiu 3 bilhões de euros para assistência aos migrantes recém-chegados, além de outros 3 bilhões para ajudar os estados e municípios a lidar com a situação.

“Estou feliz que a Alemanha tenha se tornado um país que muitas pessoas de fora agora associam com a esperança”, declarou Merkel. "O que não é aceitável, na minha opinião, é que algumas pessoas estejam dizendo que isso não tem nada a ver com elas."

Só em julho, mais de 100 mil refugiados chegaram à Alemanha. E o país está se preparando para receber 800 mil até o fim de 2015, cerca de 1% de sua população – num movimento com poucos precedentes nas últimas décadas para um grande país do Ocidente.

Hollande: "Humanidade e responsabilidade"

A França está preparada para receber cerca de 24 mil refugiados nos dois próximos anos, dos 120 mil que prevê a Comissão Europeia para o conjunto da UE. O presidente François Hollande fez o anúncio na entrevista coletiva que concede semestralmente no Palácio do Eliseu.

Hollande estimou em cerca de 60 mil o número de pedidos de asilo político que a França receberá ao longo deste ano. Além disso, propôs a realização de uma conferência internacional sobre os refugiados em Paris e destacou a necessidade da criação de centros nos países de origem para poder evitar uma crise humanitária.

"Devemos fazer frente ao fluxo de migrantes com humanidade e responsabilidade. Mais de 300 mil pessoas cruzaram o Mediterrâneo neste ano para chegar à Europa, três vezes mais do que no ano passado. É muito, é uma crise dramática, mas que pode e será controlada", afirmou.

Deutschland Flüchtlinge in München
Refugiados em abrigo em Munique: Alemanha recebeu mais de 15 mil no fim de semanaFoto: picture-alliance/dpa/A. Warmuth

Cameron: "Com coração e a mente"

Já o Reino Unido vai reassentar 20 mil refugiados da Síria ao longo dos próximos cinco anos, como declarou o primeiro-ministro David Cameron, respondendo a um apelo público crescente para que seu governo faça mais para ajudar na crise migratória.

O primeiro-ministro deixou claro, no entanto, que, por não fazer parte do acordo de livre-circulação europeu (Schengen), o Reino Unido pode decidir "seu próprio enfoque" para resolver a crise.

Segundo ele, esse enfoque britânico empregará "o coração e a mente", abordando as causas assim como as consequências. Isso, disse Cameron, implicará em um maior trabalho diplomático para impulsionar um governo de união nacional na Líbia e resolver o conflito na Síria, assim como medidas para reduzir a chegada de imigrantes através do Mediterrâneo.

A Comissão Europeia já teria estabelecido novas cotas de acolhimento de postulantes a asilo. Segundo elas, que devem ser anunciadas por Jean-Claude Juncker na próxima quarta-feira, a Alemanha vai acolher mais de 40 mil e a França 30 mil.

O órgão executivo da UE quer que, no total, 160 mil candidatos sejam realocados da Itália, da Grécia e da Hungria.

RPR/dpa/rtr/efe/afp