Londres e Pequim selam acordos bilionários
22 de outubro de 2015A China se comprometeu a assumir uma posição acionista de um terço na primeira central nuclear britânica construída depois de duas décadas, anunciou o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, nesta quarta-feira (21/10), saudando o "acordo histórico" no projeto liderado pela empresa francesa EDF.
O anúncio foi feito durante o segundo dia da vista do presidente chinês, Xi Jinping, ao Reino Unido. O tema central da visita são acordos comerciais, com Cameron afirmando que os acordos assinados até agora chegam a 55 bilhões de euros.
Em comunicado, a empresa francesa de energia EDF anunciou o acordo nuclear, assinado na presença de Xi e Cameron. O acordo para o gigantesco projeto nuclear, estimado em 24,5 bilhões de euros, deve ser finalizado nas próximas semanas.
A empresa elétrica EDF vai construir dois reatores, de terceira geração – que são considerados os mais avançados e seguros do mundo – em Somerset, no sudoeste da Inglaterra. A estatal chinesa China General Nuclear Corporation financiará o projeto Hinkley com aproximadamente 8 bilhões de euros, com a EDF entrando com os cerca de 24 bilhões de euros restantes.
A EDF é a líder de projeto, com uma posição inicial de 66,5%, que pode baixar para 50% se ocorrer a entrada de novos investidores. A estatal chinesa ficou com 33,5%. "Estamos assinando um acordo histórico para construir a central nuclear de Hinkley", afirmou Cameron, durante uma conferência de imprensa conjunta com Xi, em Downing Street.
Este projeto deve criar 25 mil empregos e fornecer energia a seis milhões de habitações, segundo o departamento britânico de Energia e Alterações Climáticas. No entanto, opositores britânicos do projeto de Hinkley criticam os elevados custos de construção e o tempo que vai ser preciso para que comece a fornecer energia, bem como a duração do período do preço garantido – 125 euros por megawatt durante 35 anos.
Cameron também citou contratos fechados com parceiros chineses sob participação da refinaria britânica BP (cerca de 16 bilhões de euros), da montadora Rolls-Royce (cerca de 2 bilhões de euros) e com a operadora de cruzeiros marítimos Carnival (cerca de 3,5 bilhões de euros).
PV/lusa/dpa/afp