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Feira do Livro

17 de março de 2010

Ao longo de quatro dias, evento toma conta da cidade. Leipzig também é conhecida por sediar maior festival de leitura na Europa.

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Feira espera 59 mil visitantes

Ao contrário da Feira do Livro de Frankfurt, que é mais voltada ao aspecto comercial, a Feira do Livro de Leipzig procura um contato maior com o público. Outro aspecto que a diferencia é que ela não se limita apenas às instalações do parque de exposições. O evento, que vai de 18 a 21 de março, toma conta de todo o centro histórico e seus tradicionais prédios abrigam palestras e discussões até tarde da noite.

É como se o antigo brilho daquela que já foi a famosa cidade do livro retornasse. Até a Segunda Guerra Mundial, as artes gráficas e a impressão comercial tinham representantes de peso na cidade localizada no leste da Alemanha.

Embora tenham procurado um novo começo depois da queda do muro, em 1990, a maioria das editoras deixou Leipzig desde então. Especialmente depois do fechamento da editora Brockhaus, no ano passado, Leipzig também perdeu seu antigo significado neste campo.

Perfil e descoberta

Em 2009, Leipzig recebeu 147 mil visitantes durante os quatro dias de feira – 14% a mais do que em 2008.

No entanto, a crise também deixou vestígios. Vários expositores não participam dessa edição – em vez dos 2.345 do ano passado, em 2009 serão cerca de 2.100, vindos de 39 países. Também a feira teve de economizar.

Ainda assim, Oliver Zille, o diretor da feira, não perdeu o otimismo. Ele está à frente da feira desde 1991 e, aos 49 anos, pode-se dizer que grande parte do sucesso em Leipzig se deve ao seu trabalho.

Quando não se pode fazer um evento em larga escala, é preciso trabalhar com um perfil definido. "Leipzig é, primeiramente, uma feira de descoberta para os jovens falantes de alemão e da literatura da Europa central, do leste e do sul", esclarece Zille.

Editoras e autores da região dos Bálcãs usam Leipzig como ponte para o mercado alemão de livros. Por sua vez, a feira preza pelo aumento da presença literária desses países – em 2011, por exemplo, a Sérvia será o país tema do evento. Na atual edição, o país em destaque é a Argentina.

O Prêmio do Livro de Leipzig para o Entendimento Europeu enfatiza essa missão: nesse ano, o vencedor é György Dalos, historiador e autor húngaro.

Leipzig Stadt der Literatur und Musik Flash-Galerie
Leipzig se transforma em capital da cultura por quatro diasFoto: picture alliance / dpa

Jovens talentos

Nos últimos anos, Leipzig se tornou a meca para os jovens literatos. Por isso, o Instituto de Literatura de Leipzig tem um lugar reservado, com seus bons e novatos autores. O evento também é uma grande oportunidade para os caçadores de novos talentos.

E os jovens leitores são especialmente cortejados na feira. Um quarto da área do evento é reservado à literatura infantil e juvenil – a estratégia é criar nos pequenos o gosto pela arte por meio de leituras, workshops e jogos.

Pela segunda vez, a feira também oferece informações para quem quiser saber um pouco mais sobre a carreira e formação literária.

Leituras em Leipzig

Dois ganhadores do Prêmio Nobel participam dessa edição: Herta Müller e Günter Grass. O evento marca o lançamento do livro Günter Grass im Visier, do jornalista Kai Schlüter, que reproduz parte dos relatórios dos agentes e informantes da polícia secreta alemã-oriental Stasi que espionavam o autor.

Cerca de 1.500 autores, predominantemente alemães, farão leituras em pelo menos 300 pontos espalhados pela cidade. Esse festival de leitura é bastante tradicional na programação da feira – acredita-se ser o maior da Europa.

História em quadrinhos

Buchmesse Leipzig Cosplay 2009
Participante do festival de mangáFoto: picture-alliance/ZB

Leipzig dedica um espaço também aos quadrinhos, que chega a atrair desenhistas famosas do Japão que trabalham com mangá

Os fãs podem espiar o trabalho das estrelas ou colocar mãos à obra e participar de uma competição de desenho. Leipzig também possibilita que a arte japonesa seja personificada: a feira promove um festival de fantasias com heróis do mangá, e transforma o salão de exposição em palco para as histórias em quadrinhos.

Autora: Gabriela Schaaf (np)

Revisão: Roselaine Wandscheer