Königstein: língua oficial, português
7 de abril de 2006Os brasileiros que visitarem a concentração da seleção brasileira em Königstein, uma pequena cidade (15 mil habitantes) a cerca de meia hora de Frankfurt, não terão de enrolar a língua.
A administração municipal está preprando uma recepção calorosa para milhares de visitantes do Brasil que devem passar pelo município durante os dez dias em que a seleção permanecer concentrada no luxuoso Hotel Kempinski, no distrito de Falkenstein – uma caminhada de 30 minutos do centro de Königstein.
Em junho, além de imprimir uma grande quantidade de mapas, folhetos e materiais sobre Königstein em português – inclusive uma revista ilustrada de 20 páginas que explica a história do local e dá dicas sobre o que fazer na cidade –, a prefeitura do município vai contratar dez brasileiros que vivem na região para servir de intérpretes para os visitantes que falam português.
Orientação
"Temos dois portugueses que trabalham aqui na prefeitura. Eles também vão ajudar", explica Klaus Hallert, funcionário responsável pela organização da recepção dos brasileiros durante a Copa do Mundo. "Esperamos 10 mil visitantes em Königstein durante os dez dias em que a seleção brasileira ficará aqui. A metade destes brasileiros deve vir de Colônia (que, informalmente, é o quartel-general da torcida brasileira na Alemanha, por causa da grande quantidade de brasileiros vivendo na cidade)."
"Como a nossa cidade tem só 15 mil habitantes, é um número considerável. Esperamos também muitos alemães, pois há muita curiosidade sobre a seleção brasileira. Certamente não seria o mesmo se recebêssemos qualquer outro time", comenta.
O principal ponto turístico de Königstein são as ruínas do Castelo de Königstein e o casario antigo, que, ao contrário do que ocorreu em muitas partes da Alemanha, não foi destruído durante a Segunda Guerra Mundial. Incrustada em uma montanha e cheia de ladeiras, a arquitetura de Königstein é marcada pelas casas de estuque – as chamadas backsteinhäuser –, por pórticos e por belas igrejas.
As lojas fecham cedo, por volta das 18 horas, e quase não há barulho. Como é comum em cidades pequenas, os principais eventos – missas, concertos de órgão, ópera – estão ligados à igreja. Andando nas ruas da cidade é possível ouvir o barulho de um carro que está a várias quadras de distância. Um cenário, no mínimo, bucólico.
Festas
Devido ao tamanho da cidade, porém, é possível conhecer os pontos turísticos de Königstein – inclusive os do distrito de Falkenstein – em um ou dois dias. Por isso, a prefeitura está planejando uma série de eventos musicais e teatrais para os dias da Copa do Mundo – afinal, o mundial de futebol (e, principalmente, a torcida brasileira) são associados com festa. Por isso, a cidade está fechando parceria com uma agência de marketing e eventos.
“Estamos buscando parcerias e patrocinios. Não temos orçamento para arcar com tudo sozinhos. A idéia é usar o grande pátio em frente ao prédio da prefeitura e também o espaço do Castelo de Königstein para esses shows”, explica Klaus Hallert.
Nas próximas semanas, a associação de comerciantes da cidade deve também decidir um horário de atendimento mais flexível para as lojas do município. Normalmente, o comércio fecha as portas antes do anoitecer, mas a prefeitura está tentando convencer os proprietários a esticar o horário de funcionamento durante a Copa do Mundo.
“Acho difícil que os comerciantes de pequeno porte mudem muito o horário de funcionamento, mas acredito que alguns ficarão abertos pelo menos até às dez da noite.”