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Misrata

19 de abril de 2011

Dominada por forças fiéis ao ditador, Misrata é palco de confronto violento no norte na Líbia. Sem alimentos e sem água, civis deverão receber ajuda humanitária o mais rápido possível.

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Mulheres refugiadas: fuga de MisrataFoto: AP

Ocupada há sete semanas pelas forças do ditador Muammar Kadafi, a cidade de Misrata, ao norte da Líbia, deve começar a receber ajuda humanitária. O ditador autorizou que os suprimentos cheguem até os civis atingidos pelo conflito, anunciaram fontes das Nações Unidas nesta segunda-feira (18/04).

Segundo uma porta-voz da Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (Ocha), o acordo foi alcançado depois de negociações entre Kadafi e um representante da organização. As Nações Unidas pretendem enviar uma equipe ao local para analisar que tipo de ajuda é necessária, para em seguida enviar o mais rápido possível a Misrata embarcações com comida, água e medicamentos.

A diretora da Ocha, Valerie Amos, afirmou que milhares de civis estão sem alimento e sem água na cidade. Devido aos conflitos, aproximadamente três mil estrangeiros que não conseguiram deixar o país estariam isolados em Misrata.

A guerra continua

A situação da cidade, localizada a 210 quilômetros da capital, Trípoli, é considerada crítica pelo chefe das operações militares da Otan na Líbia. "Forças do regime que estão usando atiradores no topo das mesquitas e escondidos em hospital também têm carros blindados em escolas e, ainda, não andam mais de uniformes", disse o general Charles Bouchard a uma rede canadense.

Estima-se que centenas de pessoas tenham morrido nos confrontos que tomam conta da terceira maior cidade da Líbia. Segundo informações da ONU, cerca de 900 civis – a maioria deles ganenses e líbios feridos – foram embarcados nesta segunda-feira em um navio com destino a Bengazi.

Relatos da ONU

A nota publicada pela Ocha afirma que mais de 100 mísseis são lançados diariamente em Misrata. O confronto entre os rebeldes, que tentam dominar a cidade, e as forças de Kadafi vitimou também crianças e idosos, acusam organizações locais. A ONG Human Rights Watch também confirmou o uso de bombas de fragmentação por soldados do governo.

Mesmo sob forte artilharia, algumas organizações conseguiram prestar ajuda humanitária e evacuar civis. Ainda assim, o estoque de suprimentos em Misrata é muito baixo. As Nações Unidas já estão presentes em outra cidade líbia palco de conflitos. Desde 9 de abril, diversos órgãos das Nações Unidas, como Unicef e FAO, se instalaram oficialmente em Bengazi, reduto dos rebeldes, no leste do país.

NP/dpa/rts
Revisão: Roselaine Wandscheer