Japão e Alemanha estão à frente no campo de investigação robótica
10 de abril de 2011Diferentemente da maioria dos países ocidentais, no Japão, robôs já fazem parte do cotidiano da sociedade há muito tempo. Eles são utilizados em fábricas ou atuam como recepcionistas. Num futuro próximo, os robôs irão ocupar o setor de serviços domésticos ou, devido ao rápido envelhecimento da população, serão empregados no cuidado de idosos.
Atrás somente do Japão, a Alemanha ocupa o segundo lugar entre as nações com maior número de robôs, à frente até dos Estados Unidos. Também no campo de investigação robótica, a Alemanha bastante adiantada. Muitos alemães, no entanto, só conseguem aceitar a presença de robôs nas fábricas. No serviço doméstico, a cautela ainda prevalece.
Por que então a aceitação de robôs é bem maior no Japão? Qual deve ser a aparência de um robô, para que ele seja mais bem aceito? O professor Helge Ritter se ocupa de tais questões, juntamente com seus colegas do Centro de Excelência de Tecnologia de Interação Cognitiva, de Bielefeld, e do Instituto de Pesquisa de Cognição e Robótica (CoR-Lab).
Os institutos se beneficiam bastante com as curtas distâncias na Universidade de Bielefeld, que possibilitam a pesquisa interdisciplinar com cientistas da computação, neurocientistas, físicos, linguistas, psicólogos e cientistas do esporte e do movimento.
Uma questão de aceitação
Além disso, há anos que a universidade alemã mantém uma intensa colaboração com os dois principais institutos de robótica do mundo, na Universidade de Osaka. Pois na metrópole japonesa de oito milhões de habitantes, as visões se tornam mais rapidamente realidade.
Num futuro não muito distante, também em outros países ocidentais, os robôs podem vir a ser aceitos como uma ajuda útil nos serviços domésticos, como espécies de "mordomos", segundo o professor Helge Ritter.
O professor de 52 anos tem em mente um tipo de divisão do trabalho onde os robôs devem substituir os seres humanos em obrigações aborrecidas, para que as pessoas possam se concentrar no que pode fazer de melhor, ou seja, escutar, demonstrar atenção, confraternizar-se.
O parecer e o fazer
Crucial para um alto nível de aceitação é a forma como os robôs se parecem e o que eles fazem. Nesse ponto, os cientistas do Instituto de Pesquisa de Cognição e Robótica de Bielefeld estão de pleno acordo com seus colegas japoneses. No entanto, os pesquisadores perseguem, em parte, abordagens bem diferentes.
O professor Hiroshi Ishiguro aposta em robôs cuja aparência imita a realidade. Sempre vestido de preto, Ishiguro já se tornou mundialmente conhecido devido ao seu irmão gêmeo robô, que o imita até mesmo no corte do cabelo. Também no caso do robô feminino Genoid F, o observador nota somente depois de algum tempo que não se trata de uma pessoa, mas de uma máquina.
Curiosamente, em sua mais nova criação, o Telenoid R1, Ishiguro se limita somente às características físicas absolutamente necessárias, dispensando por completo detalhes como membros e cabelos. Um robô de mão, semelhante a um embrião, deverá substituir num futuro próximo os celulares em sua forma convencional.
Menos é mais
Os pesquisadores de Bielefeld também apostam numa simplificação radical, porque essa redução facilita a comunicação entre o ser humano e a máquina. Devido a seus olhos e rosto arredondados, Flobi, a mais nova cabeça de robô dos cientistas de Bielefeld, preenche bem as características infantis.
Com lábios, sobrancelhas e pálpebras móveis, Flobi pode expressar de forma convincente expressões básicas como tristeza, alegria, medo, surpresa.
Porque, além da aparência externa, sobretudo o comportamento dos robôs é decisivo para uma maior aceitação. Eles não devem parecer que são comandados remotamente, mas devem antes agir de forma independente e seguir seu próprio caminho.
Para tal, os robôs devem ser capazes de aprender, já que para uma boa convivência entre ser humano e máquina, o robô deve poder identificar seu parceiro pelo nome e responder apropriadamente. Só assim uma máquina pode parecer humana.
Autor: Alexander Freund (ca)
Revisão: Marcio Damasceno