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Interesse internacional na Amazônia é legítimo para 75%

1 de setembro de 2019

Pesquisa Datafolha mostra que brasileiros consideram Macron mais preparado do que Bolsonaro para lidar com a situação e 66% dos entrevistados acham que Brasil deve aceitar dinheiro estrangeiro para combater desmatamento.

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Fogo na Amazônia
Queimadas atraíram atenção internacional à AmazôniaFoto: Reuters/B. Kelly

Uma pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (01/09) revelou que 75% dos brasileiros consideram legítimo o interesse internacional na Amazônia e que a floresta corre riscos. O levantamento mostrou ainda que 66% dos entrevistados acham correto o Brasil aceitar dinheiro para combater o desmatamento na região.

A Amazônia passou a ser tema internacional após a divulgação de dados sobre o aumento do desmatamento e queimadas na região. Imagens dos incêndios rodaram o mundo e geraram uma troca de farpas entre o presidente Jair Bolsonaro e seu homólogo francês, Emmanuel Macron, que passou a questionar o comprometimento de Bolsonaro com o meio ambiente.

A Amazônia foi tema ainda na cúpula do G7, o que irritou os membros do governo brasileiro. Macron propôs conferir um "estatuto internacional" à floresta. Bolsonaro classificou a manobra de interferência na soberania nacional.

A pesquisa Datafolha questionou os entrevistados se o interesse de outros países na Amazônia, devido à importância para o planeta, era legítimo. Entre o grupo consultado, 57% concordaram totalmente com essa afirmação, 19% concordaram em parte, outros 21% discordaram e 3% não souberam responder.

Apesar de considerarem esse interesse legítimo, 61% dos ouvidos consideram que países usam a crise ambiental para explorar a região e outros 35% discordam desta suposição. Por outro lado, 66% dos entrevistados afirmaram que o Brasil deveria aceitar dinheiro estrangeiro contra o desmatamento, já 33% foram contra e 3% não souberam responder.

O G7 acordou em destinar 20 milhões de dólares, cerca de 83 milhões de reais, para o combate às queimadas na região. A oferta, porém, foi recusada por Bolsonaro, devido à crise diplomática com Macron. O presidente disse que só aceitaria o dinheiro se o líder francês pedisse desculpas a ele.

O levantamento também revelou 41% consideram Macron mais preparado para lidar com a situação na Amazônia do que Jair Bolsonaro, com 36%. O francês também é visto como o mais preocupado com a floresta, com 44% contra 30% de Bolsonaro, e mais equilibrado, com 44% contra 32%.

A pesquisa indicou ainda que 51% dos brasileiros consideram o desempenho de Bolsonaro no combate ao desmatamento e às queimadas ruim ou péssimo, outros 21% acharam regular e 25% bom ou ótimo.

Já 44% concordam totalmente que a crise internacional gerada pelas queimadas pode afastar investimentos estrangeiros no país, outros 20% concordam parcialmente e outros 32% discordam.

O levantamento questionou ainda quem deveria administrar a Amazônia. Para 40%, a responsabilidade é do Brasil, outros 35% acreditam que outras nações também deveriam ser ouvidas e 22% consideram a sugestão de Macron de uma gestão internacional uma boa ideia.

Para a pesquisa, o Datafolha ouviu 2.878 pessoas com mais de 16 anos de idades em 175 cidades entre os dias 29 e 30 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

CN/ots/afp

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