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Indústria aeronáutica alemã faturou menos em 2002

(ns)13 de fevereiro de 2003

A crise mundial da aviação e a falência de duas grandes empresas levaram, em 2002, à primeira queda no faturamento da indústria aeronáutica alemã desde 1995. As perspectivas para 2003 não são das melhores.

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Pavilhão da Fairchild Dornier, uma das grandes falências em 2002Foto: AP

Os "fatores imponderáveis da política mundial atualmente" podem provocar nova queda do faturamento também este ano, segundo Rainer Hertrich, presidente da Federação das Indústrias Aeronáuticas e Aeroespaciais Alemãs (BDLI), ao apresentar o balanço anual quarta-feira (12), em Berlim. Hertrich se referia aos riscos de guerra e seus efeitos sobre a conjuntura.

A diminuição dos negócios no ano passado foi conseqüência das dramáticas perdas da aviação civil após os atentados terroristas de 11 de setembro e do desaquecimento da conjuntura. "O faturamento da indústria alemã aeroespacial caiu 7,9% em 2002, passando de 16,6 bilhões de euros para 15,3 bilhões de euros". Isso representou o corte de 1.750 empregos, 1200 dos quais somente por conta da falência da Cargolifter e da Fairchild-Dornier. O setor conta agora cerca de 70 mil funcionários.

Setor teme mais cortes de empregos

As perspectivas para 2003 não são muito róseas e a federação teme a perda de mais 4 mil empregos. No melhor dos casos, o faturamento irá estagnar no nível do ano passado. "Com uma quota de exportação de 70%, dependemos muito mais do mercado mundial do que outros setores. Nesse sentido, não nos incomoda a diminuição da demanda interna. Mas os altos custos de produção na Alemanha enfraquecem a posição dos nossos fabricantes. Aumentos salariais e das contribuições sociais acabam com o lucro", analisou o presidente da BDLI, que conta com uma melhora somente a partir de 2004.

Airbus: fator de estabilidade

Airbus A 380
O Airbus A 380Foto: Aerospace

Os investimentos na fabricação do A380 da Airbus contribuíram para equilibrar o balanço de 2002. Cerca de 6 mil pessoas trabalham nesse projeto em vários lugares da Europa. Futuramente, a construção do superavião empregará 15 mil pessoas. O avião de transportes militares A-400 M também representa 10 mil empregos. Esses dois projetos são os mais importantes para a indústrias aeronáuticas alemã e européia.

Não obstante, diminuiu a produção da Airbus, que é uma subsidiária da EADS européia. Após um recorde de 325 aviões em 2001, o número caiu para 303 no ano passado. Para 2003 está prevista a fabricação de 300 unidades. O segmento de aviões militares, no qual dominam as indústrias de porte médio, permaneceu relativamente estável. Ele é responsável por 23% do faturamento do setor e 30% do quadro de funcionários.

Crise na indústria espacial

A indústria espacial européia, pelo contrário, passa por uma "grave crise", constata a federação. Com uma parcela de 9% do faturamento e pouco menos de 6 mil trabalhadores ela é o menor segmento do ramo na Alemanha. Ela estaria em um "duro processo de reestruturação" devido às perdas na área de telecomunicações e às incertezas quanto ao futuro do foguete Ariane.

O trágico acidente do ônibus espacial americano Columbia foi mais um golpe para a indústria espacial, embora não tenha conseqüências negativas para os fabricantes europeus. As esperanças estão concentradas atualmente no sistema de navegação por satélite Galileo.