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Hong Kong ordena derrubada de sites pró-democracia

16 de setembro de 2021

Organizadores da vigília anual em homenagem às vítimas do massacre da praça da Paz Celestial dizem que polícia ordenou que páginas do grupo sejam tiradas do ar.

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Banner da HK Alliance promovendo vigília em homenagem às vítimas do massacre de 1989 em Pequim
Banner da HK Alliance promovendo vigília em homenagem às vítimas do massacre de 1989 em PequimFoto: HK Alliance

Uma das principais organizações pró-democracia de Hong Kong informou nesta quinta-feira (16/09) que está sendo obrigada a remover todas as suas postagens em redes sociais depois de receber ordens para apagar conteúdos em seu portal de internet, assim como em seus perfis no Facebook, Twitter e Youtube

Ativistas da Aliança em Apoio aos Movimentos Democráticos Patrióticos na China, conhecida como HK Alliance, disseram ter recebido na última sexta-feira um aviso prévio de sete dias do comissariado de polícia de Hong Kong, ordenando a emoção do conteúdo.

Nos últimos meses, o modelo de restrições à internet existente na China continental vem se tornando cada vez mãos comum em Hong Kong. Apesar de manterem aberto o acesso à internet no território semiautônomo, as autoridades vêm utilizando cadas vez mais a autoritária Lei de Segurança Nacional aprovada em junho de 2020 para reprimir atividades online de dissidentes.

A HK Alliance é apenas o último grupo a sofrer esse tipo de repressão com base na lei, que foi aprovada em Pequim após a violenta onda de protestos pró-democracia no território. A comunidade internacional condena a aplicação da lei na repressão aos direitos civis.  

A legislação visa, em tese, combater a subversão, secessão, terrorismo, e conluios com agentes externos, com penas duras que inclui a prisão perpétua. Na prática, a lei vem sendo usada contra dissidentes e críticos do regime de Pequim. Um dos dispositivos da lei prevê que a polícia tenha a prerrogativa de enviar notificações ordenando a retirada de conteúdos de websites e perfis em redes sociais.

Os ativistas da HK Alliance afirmam que receberam prazo até a manhã desta sexta-feira para acatar a ordem e divulgar o link de um novo perfil no Facebook a seus seguidores.

Vigílias pelo massacre da Praça da Paz Celestial

Desde 1990, a HK Alliance promove todos os aos vigílias em memória do massacre da Praça da Paz Celestial em Pequim. Nos últimos dois anos, a polícia proibiu o evento alegando riscos associados à covid-19.

Os ativistas do grupo foram colocados sob vigilância, depois da acusação de que alguns membros do grupo seriam "agentes estrangeiros”, o que a HK Alliance nega. Nesta quarta-feira, nove ativistas veteranos – incluindo cinco que já estão presos sob acusações relacionadas aos protestos – foram condenados por participarem de uma vigília para as vítimas do massacre em Pequim.

Com ajuda de ativistas do exterior, o grupo já criou um arquivo digital de seu museu da Praça da Paz Celestial para o caso de sofrer perseguições. Os ativistas pró-democracia presos são rotineiramente ordenados pelos juízes a não postarem na internet, como parte de suas condições para receberem fiança.

rc (AFP, dpa)