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Banda larga

8 de julho de 2010

Outros países-membros apoiaram – no discurso – a ideia de dar aos cidadãos acesso universal à internet, mas nenhum deles parece disposto a transformá-la em lei tão cedo. Será que a iniciativa finlandesa muda isto?

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Cyber cafés perderiam clientes, mas economia sairia ganhandoFoto: AP

No início de julho entrou em vigor na Finlândia uma nova lei que fez do acesso à internet por um preço relativamente baixo um direito fundamental. Isso quer dizer que todo o país terá à disposição um mínimo de um megabit por segundo, pelo "custo razoável" de 30 a 40 euros, embora a grande maioria dos finlandeses já esteja online. Esse requisito de velocidade pode subir para 100 Mbit/s até 2015.

Muitos outros países da União Europeia se dispõem a seguir o exemplo. Suécia, Reino Unido, França e Espanha estão entre os muitos que prometeram ajudar suas populações a se conectarem, mas que na prática pouco fizeram a respeito.

Políticos europeus querem mais acesso

Christian Engstrom, membro sueco do Parlamento Europeu, espera que seu país seja rápido para alcançar seu vizinho. "É uma admissão de que a internet é uma parte importante da sociedade, não apenas um brinquedo para as crianças. É parte fundamental da infraestrutura. Acho que este sinal é muito importante", disse ele à Deutsche Welle.

Pessoalmente, Engstrom é programador de computadores e membro do Partido Pirata da Suécia, um grupo jovem e especialista em tecnologia que conquistou dois assentos no Parlamento em junho de 2009. Mas não são só políticos da "intelectualidade digital" a pedir maior acesso em banda larga.

Alemanha ainda deixa a desejar

Em março de 2010, a Analysys Mason, uma empresa de consultoria britânica, divulgou um estudo sobre a concorrência no setor de telecomunicações na Europa. Ele mostrou que melhorar o acesso em banda larga União Europeia afora possibilitaria 1,1 milhão de novos empregos e um crescimento de 850 bilhões de euros no PIB até 2015. A Associação Europeia de Telecomunicações Competitivas (ECTA, na sigla em inglês) se baseou nesse estudo ao sugerir que os governos europeus estão se prejudicando, ao não abraçarem o mundo digital mais rápida e entusiasticamente.

Segundo Ilsa Godlovitch, diretora da ECTA, um dos grandes entraves são os tradicionais monopólios dos mercados de telecomunicações. Ela disse que, mais uma vez, os países nórdicos são pioneiros nesta área, mas que o Reino Unido e a França também encorajaram maior concorrência em seus mercados de telecomunicações, o que resultou em mais alternativas e preços mais baixos para os consumidores. Os exemplos contrários mais evidentes são a Alemanha e a Bélgica.

"É um objetivo importante para todos ter acesso à banda larga, mais importante do que proteger uma campeã nacional como a Deutsche Telekom. Nós realmente esperamos que o governo alemão olhe para o sucesso da banda larga nos países nórdicos, por exemplo, e busque uma postura mais aberta, em vez de proteger os interesses da titular nacional", disse ela.

Usuários aprovam a ideia

Jacqueline Santos, usuária de um cyber café em Bruxelas, concorda. Ela disse que se a UE realmente cumprisse algumas das promessas de prover internet a preço baixo para todos, ela não estaria no cyber café gastando um euro por hora para acessar a rede. "Não dá para viver sem ela, se você quiser estar bem informado", reclamou.

Autora: Teri Schultz (tm)
Revisão: Augusto Valente