Feira alemã dá vida nova a máquinas velhas
27 de abril de 2013Entrada C, Pavilhão 6 da Kölner Messe, a Feira de Colônia. A maior feira mundial de máquinas usadas se realiza somente num pavilhão da feira? No anúncio estava escrito que a área livre externa também seria disponibilizada. Mas mesmo assim: o Pavilhão 6 tem aproximadamente a área de três campos de futebol e o espaço externo tem mais ou menos o tamanho de um campo de handebol.
Lá está exposta uma pequena mostra de máquinas de produção e processamento, principalmente para a metalurgia – 65% dos expositores vêm desse setor, 10% do setor madeireiro, 15% processam plásticos. No total, 386 expositores alugaram um estande, 70% deles são fornecedores alemães.
De acordo com os organizadores da feira, os clientes vêm de todas as partes do mundo, principalmente do sul e do leste da Europa, da Ásia e da África. Um olhar confirma essa afirmação: os crachás de visitantes, que todos carregam consigo, tornam visível o país de origem dos clientes da feira. Com exceção da América do Sul e do Norte, estão representados países de todos os continentes.
Colheitadeiras e veículos de limpeza
Logo fica claro por que a exposição é relativamente pequena: máquinas que os clientes já conhecem por não serem novos desenvolvimentos e que já estão há muito tempo no mercado não precisam ser reapresentadas. Mas algumas ainda podem ser vistas: na área externa se encontra uma colheitadeira do tamanho de dois Rolls-Royces – mas muito mais barata e muito mais prática para o agricultor. Com polimento brilhoso, mas também com alguns sinais de uso: a capa de couro do assento está remendada com fita isolante preta.
Ao lado se encontram caminhões de lixo, iguais aos milhares que circulam pelas ruas alemãs. Fiorangela Schlösser, funcionária da firma Schmidt Kommunalfahrzeuge, explicou de onde vêm os veículos da empresa. "Nós compramos de diferentes partes: de municípios e também de empresas privadas de limpeza." Ela apontou para um caminhão de lixo à venda na feira e disse que um veículo novo custaria de "150 mil a 160 mil euros. Usado, nós o estamos vendendo por 32 mil euros. Ele foi completamente reformado, com pintura nova e pneus novos."
Serviço faz a diferença
Um dos veículos foi comprado por um visitante da Geórgia, país do Leste Europeu. Ele informa que ainda não sabe como vai levar sua nova aquisição para casa. De qualquer forma, primeiramente, os carros de lixo deverão ir até Kutaissi, uma cidade do Cáucaso. "Ou vamos buscá-los ou o vendedor envia por caminhão."
A pedido do cliente, Fiorangela Schlössler confirma que a firma poderá assumir a entrega. E eles disponibilizam ainda outro serviço: veículos para coleta de lixo não são fáceis de manobrar. Mas os clientes não são deixados sozinhos com o novo veículo high-tech. "O motorista do cliente pode vir até nós. Ele receberá, então, um treinamento para operar o veículo."
Do velho ao novo
Na entrada do Pavilhão 6 se encontra um estande da mundialmente conhecida Siemens. Novamente, ali não está exposta nenhuma máquina. Hanspeter Richter, da Siemens Industry, explica que ele apresenta um serviço chamado de Retrofit. "Nós oferecemos um serviço que reforma máquinas ferramentas que foram usadas durante muito tempo e para as quais não existem mais peças de reposição." E não importa se a máquina foi fabricada pela Siemens ou pela concorrência.
Da mesma forma que a empresa de médio porte Schmidt Kommunalfahrzeuge, a Siemens também disponibiliza "cursos para clientes", disse Hanspeter Richter e enumera de onde vêm seus clientes: "Da Ásia, naturalmente da Rússia, Belarus, Ucrânia. Mas também de regiões do sul: Argélia, Egito."
A firma Schmidt Kommunalfahrzeuge também encontra ali seus compradores, segundo Fiorangela Schlösser, que este ano já identificou uma tendência "muito forte na direção do Cazaquistão e Moldávia."
Comercializando informações
Além disso, a feira não é simplesmente um centro comercial, mas também uma bolsa de informações. No fim do pavilhão se encontra um estande da Germany Trade & Invest, uma empresa que pertence ao governo alemão.
A funcionária Brigitte Friese explica que a empresa possui duas tarefas: enquanto o escritório berlinense cuida da aquisição de novos investidores, o escritório de Bonn coleta informações para exportadores alemães.
Outro estande também comercializa com informações – mas estritamente voltado para o lucro: o estande da revista britânica Machinery Classified. James Creber, executivo de vendas da revista, afirma que "somos uma revista que oferece máquinas, processamento de metal, corte de metais – a pedido de outros comerciantes". Segundo ele, as ofertas da Machinery Classified também podem ser acessadas na internet e, naturalmente, também em smartphones. "Nós estamos oferecendo um novo aplicativo. Essa é a nova forma de comprar e vender máquinas", ressalta Creber.
Ele não está ali para comprar ou vender. Mesmo assim, para ele a Usetec é uma data importante. "Estou aqui principalmente para conhecer clientes. Realizo novos contatos, faço networking e assim conheço novos clientes."
E na saída da feira, o comprador da georgiana Kutaissi responde por que ele quis comprar na Usetec de Colônia: "As máquinas usadas alemãs ainda são as melhores, elas são boas."