Exército queniano invade shopping para pôr fim a sequestro
23 de setembro de 2013O Exército queniano invadiu nesta segunda-feira (23/09) o centro comercial que estava ocupado desde o último sábado por radicais muçulmanos. O ministro do Interior queniano, Joseph Ole Lenku, disse que as forças de segurança tomaram o controle de todos os andares do shopping e que estariam lutando contra os últimos sequestradores, supostamente entrincheirados em uma única parte do prédio.
Segundo o chefe do Exército queniano, Julius Karangi, os terroristas seriam provenientes de diferentes países. Karangi falou nesta segunda-feira de um comando "multinacional" que age em nome do "terrorismo mundial". De acordo com o Ministério do Interior, dois sequestradores foram mortos e "diversos outros" foram feridos.
Ole Lenku negou que existissem mulheres entre os terroristas. "Alguns se vestiram de mulher, mas trata-se exclusivamente de homens", afirmou. A milícia radical islâmica Al Shabaab, grupo da vizinha Somália aliado à Al Qaeda, assumiu a autoria do atentado.
Estrangeiros entre os mortos
O ministro do Interior afirmou que a retirada dos reféns "transcorreu muito bem". Ole Lenkou revisou o número de mortes para 62, desde que terroristas ocuparam o Westgate Mall no último sábado. Pelo menos 175 pessoas ficaram feridas durante a ocupação do centro comercial.
Anteriormente, testemunhas haviam relatado sobre diversas fortes explosões. Imagens mostravam imensas nuvens de fumaça sobre o edifício, que foram seguidas de rajadas de tiros. O Ministério do Interior do Quênia instou a população a evitar o bairro de Westland e a abrir espaço para as ambulâncias.
Estão confirmadas as mortes de cidadãos de França, Reino Unido, Canadá, Índia, Gana, África do Sul e China. O Ministério do Exterior em Londres afirmou que o número de britânicos mortos subiu de três para quatro.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, encurtou sua visita à rainha Elizabeth 2ª na Escócia para participar de uma reunião de emergência em Londres sobre os acontecimentos no Quênia.
Pior atentado desde 1998
Por volta do meio-dia de sábado, pelo menos dez terroristas invadiram o centro comercial, matando diversos visitantes e mais tarde fazendo reféns. A milícia Al Shabaab disse que o ataque, que tinha como alvo não muçulmanos, seria uma retaliação ao apoio dado por soldados quenianos aos militares da Somália na luta contra os islamistas. O Westgate Mall é um popular centro comercial, voltado para quenianos abastados e estrangeiros.
Na manhã de domingo, as autoridades quenianas iniciaram as tentativas de libertação de reféns, anunciando posteriormente que a "maior parte" deles já havia sido libertada. As autoridades não anunciaram o número de reféns em poder dos sequestradores, mas disseram que preservar a vida dos sequestrados seria prioridade máxima, o que complicou os embates finais com os terroristas.
Ainda na tarde de domingo, um comando especial do Exército de Israel participou da tentativa de libertação dos reféns. O centro comercial Westgaste pertence, em parte, a israelenses.
No fim do dia, um porta-voz da Al Shabaab disse numa rádio somali que o grupo não vai deixar o Quênia em paz até o país retirar suas tropas da Somália. Segundo ele, os jihadistas no Westgate teriam ordens de matar os reféns caso as forças de segurança tentassem invadir o prédio.
O ataque ao centro comercial é o maior atentado terrorista no Quênia desde as explosões na embaixada americana em Nairóbi, no ano de 1998. No entanto, a ministra do Turismo queniana, Phyllis Jepkosgei Kandie, está procurando assegurar aos turistas que visitam o país que eles podem se sentir seguros.
"Queremos pedir aos nossos visitantes e turistas internacionais que não tenham medo", disse. "Eles podem se sentir seguros, não importa para onde queiram viajar."
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