Após matarem mais de 50, terroristas mantêm reféns em shopping no Quênia
22 de setembro de 2013Radicais muçulmanos mantêm reféns neste domingo (22/09) no shopping Westgate Mall, em Nairóbi, onde abriram fogo na véspera matando pelo menos 59 pessoas e ferindo outras 175. A autoria da ação foi reivindicada pelo grupo Al Shabaab, que é ligado à Al Qaeda e é contrário à participação do Quênia numa missão de paz na Somália.
Em método similar ao usado nos atentados de 2008 em Mumbai, os terroristas montaram barricadas em lojas do prédio. Consultores de Israel estão ajudando forças de segurança quenianas a formular uma estratégia para encurralar os atiradores e liberar os reféns. O shopping center onde o ataque ocorreu é de propriedade israelense.
Segundo testemunhas, os radicais permitiram a saída do shooping apenas das pessoas que conseguissem provar serem muçulmanas, recitando uma oração ou respondendo uma pergunta sobre o islã. Entre os mortos há pessoas de entre 2 e 78 anos e muitos estrangeiros.
Há confirmação de que pelo menos três britânicos, dois franceses e dois canadenses, sendo um deles diplomata, estão entre os mortos. O diplomata e poeta ganense Kofi Awoonor também está entre as vítimas, assim como uma chinesa.
O secretário de Estado americano, John Kerry, ofereceu ajuda ao Quênia. Ele confirmou que dezenas de americanos foram feridos no ataque, entre eles a mulher de um diplomata.
O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, empossado em março passado, afirmou que alguns de seus parentes próximos estão entre as vítimas do ataque. "Nós superamos ataques terroristas em outras ocasiões", afirmou.
Massacre
Logo após os primeiros tiros, ainda no sábado, forças especiais entraram no centro comercial, localizado num bairro nobre de Nairóbi, para conter o massacre. Mais de mil pessoas foram retiradas do edifício.
O ministro Joseph Ole Lenku acredita que entre dez e 15 atiradores ainda se encontrem no interior do centro comercial. "Acreditamos que há várias pessoas inocentes no edifício. A operação é delicada", declarou.
O Al Shabaab já havia feito repetidas ameaças de ataque no Quênia se o governo não retirasse suas tropas da Somália. O grupo afirmou, em sua conta oficial no Twitter, que não haverá negociação com o governo queniano para libertar os reféns.
O ataque deste fim de semana é o maior no Quênia desde o atentado de uma célula do Al Qaeda contra a Embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi, em 1998, que deixou mais de 200 pessoas. Em 2002, a mesma célula atacou um hotel de propriedade israelense no litoral e tentou derrubar a tiros um jato israelense, em um ataque coordenado.
MSB/rtr/afp/lusa