Ex-chefe da F1 é acusado de sonegar 400 milhões de libras
11 de julho de 2022O ex-chefe comercial da Fórmula 1 Bernie Ecclestone foi indiciado por fraude, suspeito de não ter declarado 400 milhões de libras (cerca de R$ 2,5 bilhões) em ativos no exterior às autoridades fiscais do Reino Unido, informaram promotores britânicos nesta segunda-feira (11/07).
O procurador-chefe Andrew Penhale afirmou que o Ministério Público do país revisou um arquivo com provas obtidas pela Fazenda britânica e autorizou a apresentação da acusação à Justiça pelo crime de fraude por falsa representação.
Simon York, diretor do Serviço de Investigação de Fraudes da Receita (HMRC, na sigla em inglês), disse, por sua vez, que a acusação segue uma "investigação criminal complexa e mundial" sobre as finanças do empresário.
"O HMRC está do lado dos contribuintes honestos, e tomaremos medidas duras sempre que suspeitarmos de fraude fiscal. Nossa mensagem é clara: ninguém está além de nosso alcance", afirmou York.
A primeira audiência deverá ocorrer no Tribunal de Magistrados de Westminster, em Londres, em 22 de agosto. Não ficou claro se Ecclestone será obrigado a comparecer.
À agência de notícias Reuters, Ecclestone afirmou que não está surpreso com o indiciamento, mas não comentaria o caso porque ainda não teve acesso à acusação.
"É algo que havia sendo falado que aconteceria… há um tempo. Eles provavelmente ficaram empolgados de novo. Vamos ver o que acontece", disse o empresário britânico em sua casa em Ibiza, na Espanha.
Cinco décadas na F1
A história de Ecclestone, de 91 anos, no esporte durou mais de 50 anos, primeiramente como piloto. Em seguida, ele foi o homem forte da Fórmula 1 durante quatro décadas, desde os anos 1970 até 2017, quando foi afastado das funções que exercia.
Com um patrimônio financeiro estimado em mais de 2,5 bilhões de libras, segundo a revista Forbes, ele é amplamente creditado por transformar a Fórmula 1 em uma potência comercial.
A acusação não é a primeira polêmica recente envolvendo Ecclestone. Em maio, ele foi preso no Brasil por carregar uma arma de fogo em sua bagagem ao embarcar em um avião.
O empresário também gerou alvoroço ao dizer que "levaria um tiro" pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, após a invasão da Ucrânia por Moscou. Ele descreveu o líder russo como uma "pessoa sensata" que "acreditava estar fazendo a coisa certa pela Rússia".
ek (Efe, AFP, AP, Reuters)