Cúpula financeira
22 de fevereiro de 2009Reunidos em Berlim neste domingo (22/02), chefes de Estado e de governo das maiores potências econômicas da União Europeia (UE) definiram posição conjunta com vista à cúpula financeira do G20 em Londres, em 2 de abril próximo.
No encontro preparatório de Berlim, as mais importantes nações europeias entraram em acordo quanto a passos concretos para um maior controle dos mercados financeiros internacionais. Além disso, os principais países europeus rejeitaram tendências protecionistas e prometeram maior pressão sobre paraísos fiscais.
Além da premiê alemã, Angela Merkel, estiveram presentes ao encontro deste domingo o presidente francês, Nicolas Sarkozy, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, o chefe de governo italiano, Silvio Berlusconi, o premiê espanhol, José Luiz Zapatero, e o chefe do governo holandês, Jan Peter Balkenende.
O presidente rotativo do Conselho da UE, o primeiro-ministro tcheco Mirek Topolanek, o chefe de governo de Luxemburgo, Jean Claude Juncker, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, completaram o círculo de lideranças reunidas em Berlim.
Restabelecer a confiança nos mercados
Após o encontro, Merkel declarou que todos os produtos, mercados e agentes financeiros devem ser controlados. O objetivo é restabelecer a confiança nos mercados, afirmou a chefe de governo alemã.
Assim como Merkel, Sarkozy salientou que todos os países-membros da União Europeia querem que a cúpula financeira mundial de Londres seja um sucesso. "Esta é a última chance", afirmou Sarkozy.
Zapatero declarou querer "um novo sistema". Brown, por sua vez, sugeriu que instituições financeiras internacionais deveriam ser apoiadas com 500 bilhões de euros para combater a crise.
Pontos em comum
Além do controle dos mercados, agentes e produtos financeiros, como também dos fundos de hedge, e do combate ao protecionismo e a paraísos fiscais, outros pontos discutidos em Berlim também deverão ser defendidos conjuntamente pelos chefes de Estado e governo europeus na próxima cúpula financeira do G20 em Londres.
Em épocas de vacas gordas, é desejo dos europeus que bancos criem um excedente de capital próprio para estarem preparados para tempos difíceis. No encontro em Londres deverá ser apoiada de forma ativa a ideia de uma carta global de intenções com vista à sustentabilidade da atividade econômica.
É desejo dos países europeus que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Fórum de Estabilidade Financeira (FSF) – até agora administrado somente por países industrializados – controlem e conduzam o plano de ação do G20, estabelecido na cúpula do bloco em Washington.
As lideranças européias defendem ainda a duplicação dos recursos do FMI, para que a instituição possa ajudar, de forma rápida e eficiente, países com dificuldades em seu balanço de pagamento.
Balanço interino da situação
Os ministros das Finanças dos países reunidos em Berlim decidiram não divulgar uma declaração ao final do encontro para que outros países europeus possam se integrar numa posição conjunta europeia para a cúpula financeira mundial em Londres, comentou o site Spiegel Online.
No encontro em Washington, em novembro último, os países-membros do G20 iniciaram as conversações para a maior reforma do sistema financeiro mundial dos últimos 60 anos, definindo um plano de 47 medidas de ação.
No encontro de abril, em Londres, deverá ser feito um balanço parcial da atual situação. Essa será a primeira grande cúpula internacional com a participação do novo presidente norte-americano, Barack Obama.