Portos para cultura
2 de janeiro de 2008Anúncio
Indústria, Beatles e futebol: essas são as três primeiras associações, quando se menciona Liverpool. Trata-se de uma das maiores cidades do Reino Unido, com quase 500 mil habitantes (1,4 milhões incluindo a periferia). A fase de apogeu industrial já pertence ao passado; em compensação, a oferta cultural de Liverpool é a segunda maior do país.
Vista da água, à distância, Liverpool parece pitoresca, com seus suntuosos armazéns portuários da época vitoriana, quando a cidade era uma metrópole comercial. De perto, contudo, ela se revela uma caótica colagem arquitetônica, onde o século 18 se mistura com os anos 1960.
A maior catedral anglicana do mundo divide o espaço urbano com paisagens discrepantes, como a antiga Chinatown e os modernos edifícios de vidro. O bricabraque urbano se deve, em parte, aos bombardeios alemães durante a Segunda Guerra, seguidos por alguns "crimes" arquitetônicos e urbanísticos cometido no pós-guerra.
Da Penny Lane ao FC Liverpool
Liverpool marcou a música dos Beatles e os Beatles marcaram Liverpool. Penny Lane, o antigo orfanato Strawberry Field, a estátua de Eleanor Rigby: nomes que se tornaram conhecidos pela música. Foi no Cavern Club, na Matthew Street, que a banda começou a atuar.
Além dos Beatles, foi o FC Liverpool que propagou mundialmente, através do futebol, o nome da cidade. Esta metrópole cultural britânica também atrai o turismo por ter o maior número de museus e galerias depois de Londres.
Nenhuma outra cidade britânica cresce com tanta rapidez como Liverpool. Durante muito tempo, ela era associada a tudo aquilo que não funciona no Reino Unido: colapso da indústria, pobreza, desemprego, greves.
No entanto, a situação hoje é bem diferente. O desemprego de 30% registrado nos anos 80 foi reduzido para menos de 5%. Apesar da evasão industrial, os setores de prestação de serviço e de cultura preencheram o vazio de uma cidade não necessariamente bonita, mas certamente das mais dinâmicas do Reino Unido.
Petróleo, fiordes e catedral medieval
Stavanger, por sua vez, é considerada a capital petrolífera da Noruega. A cidade litorânea fundada em 1125 foi marcada durante muito tempo pela indústria pesqueira e de conservas. Hoje, grande parte dos 120 mil habitantes de Stavanger trabalham direta ou indiretamente na extração do "ouro branco".
O principal marco histórico de Stavanger é a catedral medieval, construída no século 12, quando a localidade adquiriu direitos de cidade e se tornou sede episcopal. Como segunda maior construção eclesiástica da Noruega, a catedral é a maior atração turística local.
Com 120 mil habitantes, Stavanger é a quarta maior cidade da Noruega. "A menor metrópole do mundo" é como ela é conhecida entre os noruegueses, por causa da concentração de empresas internacionais ligadas ao setor petrolífero. A cidade também é a sede do maior conglomerado de energia da Noruega, StatoilHydro.
Lojas e restaurantes caros são indícios do alto padrão de vida de Stavanger. A bela combinação de fiordes e montanhas completa o cenário de uma cidade cuja única escassez parece ser de mão-de-obra. Uma associação econômica municipal calcula que haja dez mil empregos a serem ocupados, não apenas no setor petrolífero, mas também em profissões técnicas e médicas.
Destaque à herança cultural européia
Desde 1985, pelo menos uma cidade européia adquire durante um ano o status de capital cultural da Europa. O título é concedido pelo Conselho Europeu, por recomendação da Comissão Européia. A meta é destacar "a riqueza, a diversidade e os pontos comuns da herança cultural da Europa e contribuir para um maior entendimento entre os cidadãos da comunidade". Os países-membros da União Européia podem indicar diversas de suas cidades todos os anos. Agora, países ainda não pertencentes à UE também podem participar. Em 2009, o título de capital cultural da Europa será dividido entre Linz, na Áustria, e Vilnius, capital da Lituânia. (rgz/sm)Anúncio