EUA exigem de membros da Otan mais gastos com defesa
31 de março de 2017Em sua primeira reunião na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Bruxelas, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, reiterou nesta sexta-feira (31/03) o pedido de que os aliados da organização aumentem os recursos destinados à defesa. Ele disse esperar que os países apresentem planos concretos para isso até à cúpula de líderes agendada para maio.
Tillerson reforçou a mensagem de Washington de que os Estados Unidos suportam uma cota desproporcional em defesa, em comparação com o esforço financeiro dos outros 27 membros da Otan.
"O nosso objetivo deve ser acordar na reunião de líderes de maio que até ao final do ano todos os aliados já tenham atingido os seus compromissos ou posto em marcha programas que detalhem claramente como é que o vão fazer", declarou o secretário americano.
Tillerson acrescentou que os países aliados que ainda não têm um plano concreto para atingir as diretrizes da Otan, que estipulam que os membros da organização destinem 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) à defesa até 2024, devem fazê-lo imediatamente. Dos 28 integrantes do grupo, apenas EUA, Reino Unido, Estônia, Grécia e Polônia tem alcançado ou ultrapassado a meta.
Em coletiva de imprensa após a reunião, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que todos os aliados concordam que precisam de cumprir o compromisso que assumiram em 2014. Stoltenberg disse também que avalia a possibilidade, solicitada por Washington, de os aliados apresentarem planos nacionais, com detalhes de como pretendem cumprir essas metas.
Admitindo que o aumento da despesa na área da defesa é reclamado de forma veemente por Washington, o secretário-geral destacou, porém, que os aliados devem fazê-lo, "não para agradar aos Estados Unidos", mas porque se trata de "um investimento na segurança da própria Europa".
Apesar do comprometimento de Stoltenberg, o ministro do Exterior alemão, Sigmar Gabriel, afirmou que a Alemanha não deseja e nem pode investir 2% do PIB em defesa. Gabriel defende que parte desses recursos sejam gastos em ajuda humanitária e econômica, assim como para o desenvolvimento, o que contribuiria para estabilizar regiões e evitar conflitos.
CN/rtr/lusa