1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
ConflitosIsrael

Escalada no Oriente Médio alarma liderança mundial

14 de abril de 2024

Do Brasil à China, passando pela União Europeia e o Vaticano, novo capítulo entre Israel e Irã gera apreensão com uma possível espiral de violência. Moscou culpa Ocidente, corroborando justificativas iranianas.

https://p.dw.com/p/4ek3c
Manifestação popular no Irã, com bandeiras e fogos de artifício
Ataques a Israel foram comemorados nas ruas de TeerãFoto: picture alliance/Anadolu

Brasília expressou "grave preocupação" com o ataque do Irã contra Israel com mísseis e drones, na noite deste sábado (13/04), em retaliação ao bombardeio da embaixada de Teerã na capital síria, Damasco, em 1º de abril.

"Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã", consta do comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

"O Brasil apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada." O Itamaraty afirma ainda que desde outubro último "monitora a situação dos brasileiros", "em particular em Israel, Palestina e Líbano", e desaconselha "viagens não essenciais à região".

Dirigindo-se aos fiéis na Praça de São Pedro, o papa Francisco instou Israel e Irã a evitarem ações capazes de alimentar "uma espiral de violência", ameaçando arrastar o Oriente Médio para um conflito ainda mais profundo: "Chega de guerra, chega de ofensivas, chega de violência. Sim ao diálogo, sim à paz."

Chefe de governo alemão, Olaf Scholz (c.), com comitiva em Chongqing, China
Em visita pela China, chefe de governo alemão, Olaf Scholz (c.), comentou as recentes investidas aéreas do Irã contra IsraelFoto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance

UE promete solidariedade incondicional

Em viagem pela China, o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, voltou a condenar as investidas iranianas com drones e mísseis como "um ataque absolutamente injustificável", e "uma séria escalada da situação". Antes, ele advertira que Teerã estaria "arriscando um incêndio descontrolado regional", acrescentando que "nestas horas difíceis, a Alemanha está bem ao lado de Israel" e que Berlim vai agora deliberar outras reações "em conjunto como nossos parceiros do G7 e aliados".

Está marcada para a noite deste domingo uma conferência das sete principais nações industriais ocidentais, com o fim de harmonizar sua reação aos bombardeios. Scholz participará por vídeo a partir da China, assistido por um especialista em TI, a fim de garantir a segurança digital.

A ministra alemã do Exterior, Annalena Baerbock, condenou "com todo o rigor" a operação militar de Teerã "que poderá precipitar toda a região no caos". Na rede social X (ex-Twitter), frisou: "O Irã e seus representantes têm que parar imediatamente", e "nessas horas, Israel merece toda a nossa solidariedade".

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, referiu-se a uma "escalada ímpar": a UE "condena com o maior rigor o inaceitável ataque a Israel", que constitui "uma grave ameaça à segurança regional". O presidente do Conselho da Europa, Charles Michel, enfatizou no X que é preciso "fazer tudo para evitar uma escalada regional maior".

Moscou defende motivos do Irã, acusa Ocidente

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, classificou o ataque iraniano como "atrevido" e assegurou apoio "inabalável" a Tel Aviv. Antes, o democrata convocara uma reunião de emergência com sua equipe encarregada de assuntos de segurança.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, exigiu "o fim imediato das hostilidades", declarando-se "profundamente alarmado com o perigo muito real de uma escalada devastadora em toda a região". O Conselho de Segurança da ONU anunciou uma conferência emergencial para ainda este domingo.

Através de porta-voz, o Ministério do Exterior da China igualmente expressou "profunda apreensão com a escalada atual", instando "as partes envolvidas decisivas a praticarem calma e moderação, a fim de evitar futuros agravamentos". Pequim conclamou a comunidade internacional, "em especial os países influentes, a desempenhar um papel construtivo na paz e estabilidade da região".

Por sua vez, apesar de também demonstrar preocupação, a Rússia atribuiu parte da culpa ao Ocidente, e lembrou que o Irã justifica sua ofensiva aérea contra Israel com base no Artigo 51 da Carta das Nações Unidas – que trata da legítima defesa em caso de ataque armado –, após o bombardeio do consulado iraniano em Damasco. Moscou é aliado próximo de Teerã, que também lhe fornece armas para a guerra de agressão contra a Ucrânia.

Manifestação de apoio a Israel diante do Portão de Brandemburgo, em Berlim
Sociedade Teuto-Israelense (DIG) organizou ato de apoio a Israel diante do Portão de Brandemburgo, em BerlimFoto: Jörg Carstensen/dpa/picture alliance

A Sociedade Teuto-Israelense (DIG) convocou para este domingo uma manifestação de solidariedade diante do Portão de Brandemburgo, em Berlim. "Com seu ataque bélico e direto a Israel, o Irã inaugurou um novo e perigoso capítulo desta guerra", comentou seu presidente, Volker Beck.

A razão de Estado iraniana seria a aniquilação de Israel, e "esse regime tem que ser isolado", cortando-se todas as relações econômicas. Aqui, a Alemanha teria "hesitado por tempo demais a adotar um posicionamento consequente e claro", frisou o líder da DIG.

av (EPD,DPA,Reuters,ots)