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Ensino alemão novamente entre os mais fracos

av22 de novembro de 2004

Agência de notícias antecipa-se a OCDE e governo, divulgando resultados do segundo estudo Pisa. Apesar de modestos progressos em relação a 2000, os alunos alemães têm um dos piores desempenhos do Primeiro Mundo.

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Foto: dpa

No segundo estudo do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), dentre 31 nações industrializadas, a Alemanha está abaixo da média, em termos de educação. É o que informou a agência de notícias dpa, antecipando-se à divulgação dos resultados oficiais do estudo, prevista para 7 de dezembro, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e as secretarias estaduais alemãs de Educação e Cultura. A presidente da Conferência dos Secretários de Educação, Doris Ahnen, recusou-se a comentar a notícia.

Segundo a dpa, desta vez o desempenho dos alunos alemães em Matemática galgou três posições, em relação ao primeiro estudo Pisa, realizado em 2000: agora o país ocupa o 17º lugar. Em termos de leitura e compreensão de textos, contudo, eles ganharam poucos pontos, só subindo da 21ª para a 20ª colocação. Esta aptidão recebe atenção especial do Pisa, por ser básica para o aprendizado na escola e no trabalho. Em Ciências, a Alemanha subiu do 20º lugar, em 2000, para o 16º.

Chances desiguais

Entre os adolescentes alemães, 22,6% não conseguem entender nem os textos mais simples e só dominam as operações matemáticas fundamentais. Trata-se da mais alta taxa dos chamados "alunos de risco" numa grande nação industrial. Além disso, em nenhum outro país da OCDE o desnível entre os "bons" e "maus" alunos é tão grande quanto na Alemanha. Os testes demonstraram ainda que em nenhum outro país industrializado o êxito escolar está tão subordinado à renda familiar e ao nível escolar dos pais.

Uma criança de uma família de acadêmicos tem três vezes mais chances de ingressar na universidade do que o filho de simples trabalhadores que possua o mesmo potencial intelectual. A conclusão é que o sistema de ensino da Alemanha fracassa em orientar e motivar os filhos de operários e imigrantes.

Resultados decepcionantes

Para seu segundo estudo, o Pisa entrevistou 50 mil colegiais de 15 anos, em todo o país. Em alguns estados, as secretarias de Educação determinaram que, nos meses antes dos exames do Pisa, os colegiais praticassem as questões do primeiro teste. Uma comparação detalhada do desempenho escolar nos estados alemães só será divulgada no segundo semestre de 2005.

Os decepcionantes resultados do primeiro estudo, divulgados em dezembro de 2001, desencadearam um amplo debate sobre a política educacional alemã. Os secretários da Educação decidiram intensificar o ensino pré-escolar, já desde o jardim da infância, e o governo federal prometeu investir quatro bilhões de euros na construção de escolas de tempo integral, até 2007.

Por outro lado, os secretários estaduais continuam recusando-se a discutir as estruturas de ensino da Alemanha, único país do mundo onde a orientação profissional já se define, em princípio, aos dez anos de idade, quando a criança é matriculada num dos três tipos de escola secundária (Hauptschule, Realschule ou Gymnasium).