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Emissões globais de CO2 devem voltar a níveis pré-pandemia

4 de novembro de 2021

Depois de uma brusca queda em 2020, devido a lockdowns impostos por governos de todo o mundo, em reação à pandemia de covid-19, gases de efeito estufa expelidos na atmosfera têm aumento previsto de 4,9% em 2021.

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Chaminés de fábricas fumegantes em céu poluído
Foto: Da Qing/dpa/picture alliance

Um estudo divulgado pelo Global Carbon Project indica que a queda nas emissões de carbono registrada em 2020 tende a reverter, à medida que as atividades econômicas voltam a ganhar impulso em todo o mundo.

As emissões de CO2 provenientes de energias fósseis caíram 5,4% em 2020 devido às medidas para combater a pandemia de coronavírus. Para 2020, entretanto, o relatório apresentado por ocasião da conferência do clima COP26, em Glasgow, prevê um aumento de 4,9%.

Os pesquisadores já contavam que as emissões aumentariam após essa queda. No entanto, o acréscimo foi "maior do que o esperado”, puxado principalmente por dióxido de carbono nocivo lançado por usinas elétricas movidas a carvão e gás natural.

"Estávamos esperando algum ‘rebote'. O que nos surpreendeu foi sua intensidade e a rapidez”, comentou Pierre Friedlingstein, pesquisador de modelagem climática da Universidade de Exeter, Inglaterra, e principal autor do relatório.

O estudo estima que em 2021 o mundo terá lançado 36,4 bilhões de toneladas métricas de dióxido de carbono, contra 36,7 bilhões de toneladas métricas dois anos atrás.

China, Europa e EUA em evidência

Na ponta do ranking dos maiores responsáveis pelas emissões de gás e carvão está a China, sobretudo por empregar esses combustíveis fósseis na geração de sua eletricidade.

Segundo Xie Zhenhua, negociadora climática da ONU e enviada especial da China para o clima, o país é um dos maiores emissores porque ainda tem uma economia em desenvolvimento.

Para a União Europeia (UE), o Projeto Carbono Global prevê um aumento de 7,6% nas emissões de gases-estufa em 2021, em comparação a 2020. Esse número seria 4,2% inferior ao de 2019. Em 2020, a UE foi responsável por 7% das emissões globais. Na Alemanha, as emissões, em 2020, foram 9,7% inferiores às registradas em 2019.

As emissões dos Estados Unidos devem aumentar 7,6% em relação a 2020, de acordo com o relatório, permanecendo 3,7% abaixo dos níveis de 2019. O país foi responsável por 14% das emissões globais em 2020.

gb/av (Reuters, AP, AFP)