Economia alemã recua 2,2% em meio à pandemia
15 de maio de 2020Em meio à pandemia do novo coronavírus, a economia alemã recuou 2,2% no primeiro trimestre deste ano em relação ao período anterior – a maior contração trimestral registrada desde a crise financeira de 2008/2009 e a segunda maior desde a Reunificação do país, em 1990, segundo dados preliminares divulgados pelo Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) nesta sexta-feira (15/05).
A agência também revisou os dados do PIB para o último trimestre de 2019, de crescimento zero para uma contração de 0,1%, o que significa que o país já sofreu contrações em dois trimestres consecutivos – o que configura uma recessão técnica.
Segundo analistas, a queda registrada é apenas um prelúdio do que ainda está por vir em consequência da crise provocada pela pandemia, que, em meado de março, levou ao fechamento do comércio e de fábricas na Alemanha.
Economistas esperam um recuou ainda maior no segundo trimestre, uma vez que o país manteve as medidas de isolamento social durante todo o mês de abril e no início de maio. Apesar da reabertura de boa parte da economia, setores como o do turismo continuam paralisados.
Ainda assim, as perspectivas para a Alemanha parecem ser um pouco melhores do que as da França e da Itália, cujas economias recuaram 5,8% e 4,7% no primeiro trimestre, respectivamente.
Isso se deve em parte ao fato de a Alemanha ter permitido a reabertura de fábricas e locais de construção, além do pacote de ajuda anunciado pelo governo da chanceler federal Angela Merkel, que inclui medidas de resgate para os estados e a permissão às empresas para reduzir a jornada de trabalho dos funcionários, de modo a evitar demissões em massa.
Em relação ao primeiro trimestre de 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu 2,3% nos primeiros três meses deste ano, após uma expansão de 0,4% no último trimestre do ano anterior, seguindo dados do Destatis sazonalmente ajustados.
O governo alemão prevê que o país enfrente neste ano a pior recessão econômica do pós-guerra, com uma queda no PIB de 6,3%.
RC/rtr/afp/dpa
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