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Fim da crise?

7 de agosto de 2009

Exportações alemãs têm maior alta em quase três anos. Número de encomendas da indústria também subiu. Crise dá sinais de estar chegando ao fim na Alemanha, mas governo alerta contra perigo de euforia exagerada.

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Apesar do otimismo, exportações ainda estão no nível de 2005Foto: dpa/PA

A crise parece estar chegando ao fim na Alemanha. As exportações crescem, a produção está estável e a indústria recebe novas encomendas. Segundo dados do Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha, divulgados nesta sexta-feira (07/08), em junho último as exportações alemãs cresceram 7% em relação ao mês anterior. Trata-se da maior alta desde setembro de 2006.

As perspectivas são boas, porque os ramos orientados para a exportação receberam novas encomendas. Em junho, corrigidos os fatores sazonais e a inflação, o número de novos pedidos à indústria subiu 4,5% em relação a maio deste ano.

Esse desenvolvimento positivo deveu-se ao grande aumento da demanda por produtos alemães no mercado internacional. O número de encomendas internacionais cresceu 8,3% em junho. O aumento da demanda nacional, todavia, foi somente de 0,2%.

Economia exportadora

Principalmente os países da zona do euro passaram a importar mais produtos alemães – também graças aos bilhões de euros injetados pelos pacotes conjunturais na economia. A demanda dos países emergentes China, Brasil e Índia também cresceu.

O comércio com os Estados Unidos, maior importador de produtos alemães depois da França, continua difícil. O euro forte encarece carros, máquinas e outros produtos.

O setor de exportação é responsável por quase metade do rendimento da economia alemã. Devido à crise, no entanto, as exportações do país retornaram ao nível de 2005.

Reversão de tendência?

Na opinião de alguns especialistas, a Alemanha está a caminho de recuperar sua antiga força exportadora. "O fundo do poço parece ter sido atingido", explicou Anton Börner, presidente da Federação Alemã de Comércio Exterior (BGA). Em todo o ano de 2009, no entanto, o volume de exportações deverá ser 18% inferior ao de 2008, disse Börner.

Container im Hamburger Hafen
Exportações respondem por quase metade do rendimento econômico alemãoFoto: AP

Segundo estimativas do Commerzbank, a economia alemã, que se especializou na exportação de bens de investimento, sofreu especialmente com a crise financeira e, agora, irá se beneficiar também especialmente com o final do choque. Os estatísticos ainda se recusam a falar de uma reversão de tendência. "Devemos esperar ainda de dois a três meses", disseram.

"No geral, a economia alemã – impulsionada pela recuperação da indústria – deverá crescer intensamente também no terceiro e quarto trimestres deste ano", afirmou o Commerzbank.

Superar a crise de forma conjunta

No entanto os especialistas não esperam um boom. O desemprego crescente deverá adentrar o próximo ano, freando assim o consumo. Para o ministro alemão da Economia, Karl-Theodor zu Guttenberg, o aumento contínuo e crescente do número de pedidos de encomendas é um sinal claro de esperança.

O ministro alerta, todavia, contra a euforia demasiada, já que o perigo de uma recaída devido ao desemprego ainda não foi afastado. "No geral, ainda não há motivo para relaxamento, mas há razão para confiar que, com iniciativa empresarial, cooperação internacional e apoio estatal, vamos superar conjuntamente a crise", declarou Guttenberg.

CA/dw/rtrs/dpa
Revisão: Augusto Valente