Dois naufrágios podem ter causado a morte de mais de 700 imigrantes
16 de setembro de 2014Até 700 pessoas vindas da África podem ter morrido no naufrágios de dois barcos nos últimos dias. No acidente com maior número de vítimas, um barco que transportava cerca de 500 imigrantes teria sido afundado pelos próprios intermediários responsáveis pelo transporte, na semana passada, perto da costa de Malta.
O caso só veio à tona esta semana, depois que dois sobreviventes foram resgatados perto de Malta. A Organização Internacional de Migração (OIM) confirmou o naufrágio nesta segunda-feira (15/09) e afirmou que o acidente é um dos mais graves dos últimos anos.
A embarcação, que partiu do porto egípcio de Damietta em 6 de setembro, transportava principalmente sírios, palestinos, egípcios e sudaneses. O barco foi afundado no dia 10. Os dois palestinos que sobreviveram ao naufrágio relataram à OIM que o barco foi afundado pelos contrabandistas, depois que os imigrantes se recusaram a trocar de embarcação. Os dois sobreviventes ficaram à deriva por ao menos 36 horas antes de serem resgatados por um cargueiro italiano no sábado.
Já na costa da Líbia, um barco com mais de 200 ocupantes afundou perto da cidade portuária de Tajoura, apenas 20 quilômetros ao oeste da capital Trípoli. De acordo com dados da Marinha local, 36 náufragos foram resgatados.
Na terça e quarta-feira passadas, cerca de 1.400 pessoas tentaram superar as três cercas que separam o Marrocos do enclave espanhol de Melilla. Outras centenas tentaram cruzar o mar Mediterrâneo perto do estreito de Gibraltar. A Guarda Costeira espanhola confirmou a captura de quase 1.300 imigrantes. E, de acordo com autoridades italianas, a Marinha do país capturou cerca de 3.400 pessoas apenas no último fim de semana.
Segundo dados da OIM, cerca de 108.000 refugiados chegaram por mar à Itália desde o início deste ano. No ano passado foram 43.000 no mesmo período. A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) divulgou que, neste ano, já morreram 2.500 pessoas que tentaram fugir pelo Mediterrâneo para a Europa.
PV/dpa/afp